Avançar para o conteúdo principal

Infinito Sem Nome: confissões de um poeta fingidor

 


TAMBÉM AQUI: LETRAS E CONTEÚDOS

Já lhe conhecia as crónicas, A galope numa noite de búzios, um livro editado em 2023 e era sabedor da sua imensa obra de investigação histórica e cultural focada nos Açores e sobremaneira na ilha Terceira.

Fui, desta feita, surpreendido com este Infinito Sem Nome, o mais recente livro de Carlos Enes, um ex-deputado e amigo que granjeei na minha passagem pela Assembleia da República.

Açoriano de gema, Enes, oferta-nos belíssimos poemas que nos deixam sempre um leve travo de incompletude do ser humano que vagueia por este mundo em busca da “eternidade” que, afinal, “existe sempre que a guitarra se sente nos joelhos do tempo”.

Esta poesia de Carlos Enes é madura e suculenta. Cheia de imagens. De mensagens íntimas. De metáforas. De intimidades inconfessáveis, confessadas por um poeta fingidor, para utilizar a expressão de Pessoa.

Foi tão bom ler estes poemas, estes versos, estas partidas, estas incursões: “se o passaporte / exigisse o carimbo de um lábio/ tão vermelho como a ardência / do meu sangue // todas as fronteiras / seriam / mais um salto para o pico da loucura”, onde, quiçá, digo eu, encontraríamos a “estrela do oriente (…) suspensa no céu de Tanegashima”.

Só mais uma nota em forma de pergunta: Como é possível uma capa (colagem executada pelo autor) traduzir todos e cada um dos versos e poemas deste livro? Será um paradoxo ou um elixir hermenêutico?

Parabéns Carlos Enes!

Título: Infinito Sem Nome

Autor: Carlos Enes

Editora: Letras Lavadas

Páginas: 112

Acácio Pinto | Fevereiro de 2025

Mensagens populares deste blogue

Frontal, genuíno, prestável: era assim o António Figueiredo Pina!

  Conheci-o no final dos anos 70. Trabalhava numa loja comercial, onde se vendia de tudo um pouco. Numa loja localizada na rua principal de Sátão, nas imediações do Foto Bela e do Café Sátão. Ali bem ao lado da barbearia, por Garret conhecida, e em frente da Papelaria Jota. Depois, ainda na rua principal, deslocou-se para o cruzamento de Rio de Moinhos, onde prosseguiu a sua atividade e onde se consolidou como comerciante de referência. Onde lançou e desenvolveu a marca que era conhecida em todo o concelho, a Casa Pina, recheando a sua loja de uma multiplicidade de ferramentas, tintas e artefactos. Sim, falo do António Figueiredo Pina. Do Pinita, como era tratado por tantos amigos e com quem estive, há cerca de um mês e meio, em sua casa. Conheceu-me e eu senti-me reconfortado, conforto que, naquele momento, creio que foi recíproco. - És o Acácio - disse, olhando-me nos olhos. Olhar que gravei e que guardo! Quem nunca entrou na sua loja para comprar fosse lá o que fosse? Naquel...

Murganheira: O melhor espumante de Portugal!

LETRASECONTEUDOS.PT Ficam no concelho de Tarouca, em Ucanha, a norte do distrito de Viseu, e são um mundo escondido sob aquela colina revestida pela vinha alinhada e bem verde, no verão, antes da colheita das uvas touriga, tinta roriz, gouveio, cerceal, chardonnay ou pinot . Trata-se das Caves da Murganheira e ali estão há mais de 60 anos.  Situadas num espaço magnífico, de transição entre a Beira e o Douro, as Caves da Murganheira conjugam modernidade e tradição. A modernidade do edifício onde se comercializa e prova o segredo encerrado em cada garrafa de espumante e a tradição das galerias das caves "escavadas" a pólvora e dinamite naquele maciço de granito azul. E se no edifício de prova - com um amplo salão, moderno e funcional, com uma enorme janela aberta sobre a magnífica paisagem vinhateira, que encantou os cistercienses - é necessário ar condicionado para manter uma temperatura, que contraste com o agreste calor estival, já nas galerias subterrâneas a temperatura...

Livro "As minhas (con)ficções" foi apresentado em Sátão

  Teve lugar na Biblioteca Municipal de Sátão, nesta tarde de sábado, dia 1 de fevereiro a apresentação do último livro de Elisabete Bárbara,  As minhas (con)ficções  ( também aqui ). Intervieram Acácio Pinto, da editora Letras e Conteúdos , Inês Almeida, professora no Agrupamento de Escolas de Aguiar da Beira, que efetuou a apresentação do livro, dizendo que é o livro da autora de que mais gosta e destacando a criatividade e a enorme capacidade de escrita da autora. Depois foi a vez de Alexandre Vaz, presidente da Câmara Municipal de Sátão, de dar os parabéns à autora e dizer que para o município é sempre um grande orgulho receber iniciativas como esta, que enriquecem o concelho, relevando o facto de decorrer na biblioteca, um espaço onde estamos entre livros. A finalizar a autora explicou as simbologias inerentes ao livro, nomeadamente a capa, de matriz alentejana, que a leva às suas origens, o número de poemas e de crónicas, que têm a ver com o facto de o livro t...