Os centro interpretativos são espaços que visam preservar a
história de uma qualquer atividade ou costume existente num determinado
território.
No âmbito das minhas incursões em territórios onde ocorreram, em meados do século XX, explorações mineiras ligadas ao volfrâmio, visitei o Centro Interpretativo de Argozelo, no concelho de Vimioso. Esta minha curiosidade tem a ver com o romance O VOLFRAMISTA que foi prémio literário Cónego Albano Martins de Sousa em 2022.
É um espaço que nos leva aos anos 40 e 50 – Segunda Guerra
Mundial e Guerra da Coreia – quando Portugal foi assolado pela “febre do ouro
negro”, sobretudo no conflito que opôs os alemães aos ingleses, cada um com os
respetivos aliados.
Este centro interpretativo consta de uma sala com ferramentas
e artefactos utilizados na exploração e de um conjunto de painéis onde se conta
a história da importância do volfrâmio / tungsténio, nessa época, mas fazendo,
inclusivamente, uma ligação ao seu uso nos nossos dias.
Fomos muito bem recebidos no centro interpretativo pelo Pedro Alves Machado que, depois da visita, nos recomendou uma passagem pelo campus onde decorreu a exploração mineira e onde ainda existem vários equipamentos industriais ligados à extração e que são verdadeiros sentinelas desse tempo de grande atividade que por ali se viveram, entre as atividades regulares e legais e as clandestinas levadas a cabo nas costas das autoridades policiais do regime de Salazar. Diga-se que, sem esta deslocação ao espaço onde aconteceu a exploração mineira, a visita não teria sido a mesma coisa!
Parabéns ao Município de Vimioso pelo investimento. É um bom
exemplo daquilo que se pode fazer em outros pontos do país onde esta atividade
também marcou intensamente os territórios. Os fundos que por aí existem bem
poderão também ser canalizados pelas autarquias para estas áreas.
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