Avançar para o conteúdo principal

Afinal, foram muitas as pessoas de Sátão que interagiram com Aquilino Ribeiro...

Autarcas de Vila Nova de Paiva, Sernancelhe e Moimenta da Beira marcaram presença na Casa da Cultura de Sátão, em mais um colóquio Dão e Demo: O SÁTÃO NA GEOGRAFIA SENTIMENTAL DE AQUILINO

Com depoimentos dos presidentes das câmaras de Vila Nova de Paiva, Sernancelhe e Moimenta da Beira, respetivamente, José Morgado Ribeiro, Carlos Silva e José Eduardo Ferreira, encerrou-se, com chave de ouro, esta sexta-feira, dia 21 de abril, mais um colóquio Dão e Demo, desta feita centrado no escritor Aquilino Ribeiro, ele que imortalizou as terras do demo. Os três presidentes, a uma só voz, enalteceram a iniciativa, partilharam da universalidade do mestre e disponibilizaram-se para acrescentar “valor” a iniciativas em torno de Aquilino Ribeiro, da sua vida e obra, eles que são os administradores da Fundação que tem o nome do escritor, com sede em Soutosa.
Antes, na Casa da Cultura de Sátão, a voz foi dos nossos convidados, que deliciaram os presentes com aspetos da vida e da obra de Aquilino, mas também com pormenores das incursões do mestre em terras de Sátão, nomeadamente em Ferreira de Aves, ou ainda com iniciativas que no Sátão já haviam sido efetuadas, centradas no mestre.
Se a vida e a obra de Aquilino Ribeiro, circunstanciada, pormenorizada e ilustrada com fotografias raras, nos foi trazida por Paulo Neto, um comunicador que se empolga sempre com a temática aquiliniana, já a revisitação de iniciativas promovidas em Sátão, na Escola Secundária, foram detalhadas com aspetos sentimentais por Ana Albuquerque. Por seu lado, Alberto Correia fez uma leitura recheada de aspetos das obras de Aquilino, com particularidades do livro “Geografia Sentimental”, e Isabel Segorbe, que encerrou as comunicações, partilhou com os presentes alguns aspetos inéditos de fugas à pide em casa de seus familiares em Ferreira de Aves, onde Aquilino tanto vezes teve guarida e proteção, ela que o conheceu revelando inúmeros factos em que pessoas de Ferreira interagiram com o mestre e que o mestre retratou nas suas obras.
Do público, no final dos oradores convidados, vieram, de Vítor Figueiredo e de Carlos Paixão, algumas considerações que acrescentaram pormenores relevantes ao colóquio.
Oportunamente iremos apresentar, no canal Dão e Demo do youtube, para memória futura, os vídeos com as intervenções, que aconteceram na Casa da Cultura de Sátão, neste colóquio designado de “O Sátão na Geografia Sentimental de Aquilino”.

Mensagens populares deste blogue

Sermos David e Rafael, acalma-nos? Não, mas ampara-nos e torna-nos mais humanos!

  As palavras, essas, estão todas ditas. Todas. Mas continua a faltar-nos, a faltar-me, a compreensão. Uma explicação que seja. Só uma, para tão cruel desenlace. Da antiguidade até ao agora, o que é que ainda não foi dito? O que é que falta dizer? Nada e tudo. E aqui continuamos, longe, muito distantes, de encontrar a chave que nos abra a porta deste paradoxo. Bem sei que, quiçá, essa procura é uma impossibilidade. Que não existe qualquer via de acesso aos insondáveis desígnios. Da vida e da morte. Dos tempos de viver e de morrer. Não existe. E quando esses intentos acontecem em idades prematuras? Em idades temporãs? Tenras? Quando os olhos brilham? Quando os sonhos semeados estão a germinar? Aí, tudo colapsa. É a revolta. É o caos. Sermos David e Rafael, nestes tempos cruéis, não nos acalma. Sermos comunidade, não nos sossega. Partilharmos a dor da família, não nos apazigua. Sermos solidários, não nos aquieta. Bem sei que não. Mas, sejamos tudo isso, pois ainda é o q...

JANEIRA: A FAMA QUE VEM DE LONGE!

Agostinho Oliveira, António Oliveira, Agostinho Oliveira. Avô, filho, neto. Três gerações com um mesmo denominador: negócios, empreendedorismo. Avelal, esse, é o lugar da casa comum. O avô, Agostinho Oliveira, conheci-o há mais de meio século, início dos anos 70. Sempre bonacheirão e com uma palavra bem-disposta para todos quantos se lhe dirigiam. Clientes ou meros observadores. Fosse quem fosse. Até para os miúdos, como era o meu caso, ele tinha sempre uma graçola para dizer. Vendia sementes de nabo que levava em sacos de pano para a feira. Para os medir, utilizava umas pequenas caixas cúbicas de madeira. Fossem temporões ou serôdios, sementes de nabo era com ele! Na feira de Aguiar da Beira, montava a sua bancada, que não ocupava mais de um metro quadrado, mesmo ao lado dos relógios, anéis e cordões de ouro do senhor Pereirinha, e com o cruzeiro dos centenários à ilharga. O pai, António Oliveira, conheci-o mais tardiamente. Já nos meus tempos de adolescência, depois da revolu...

Ivon Défayes: partiu um bom gigante.

  Ivon Défayes: um bom gigante!  Conheci-o em finais dos anos oitenta. Alto e espadaúdo. Suíço de gema. Do cantão do Valais. De Leytron.  Professor de profissão, Ivon Défayes era meigo, afável e dado. Deixava sempre à entrada da porta qualquer laivo de superioridade ou de arrogância e gostava de interagir, de comunicar. Gostava de uma boa conversa sobre Portugal e sobre a terra que o recebeu de braços abertos, a pitoresca aldeia do Tojal, que ele adotara também como sua pela união com a Ana. Ivon Défayes era genuinamente bom, um verdadeiro cidadão do mundo, da globalidade, mas sempre um intransigente cultor do respeito pela biodiversidade, pelo ambiente, pelas idiossincrasias locais, que ele pensava e respeitava no seu mais ínfimo pormenor. Bem me lembro, aliás, das especificidades sobre os sons da noite que ele escrutinava, vindos da floresta, da mata dos Penedinhos Brancos – das aves, dos batráquios e dos insetos – em algumas noites de verão, junto ao rio Sátão. B...