Avançar para o conteúdo principal

[opinião] Governo quer apagar do mapa as freguesias rurais

No seu ponto 3.44 o memorando de entendimento com a troika diz que «até Julho de 2012 o governo desenvolverá um plano de consolidação para reorganizar e reduzir significativamente o número destas entidades» [autarquias].
Foi, pois, com base neste memorando, assinado em Maio pelo PS, PSD e CDS, que o atual governo (PSD/CDS), sem consultar ninguém, elaborou o documento verde sobre a reforma da administração local. Ou seja, o documento verde é a visão e o querer, exclusivo, do governo que, para efeitos de uma reforma profunda e estrutural do território, não dialoga com ninguém, nomeadamente com o PS, e de forma unilateral, qual magister dixit, sentencia a partir do terreiro do Paço o fim das freguesias rurais.
E qual o critério utilizado?
Não, não foi o da identidade, do património, da história, das singularidades das freguesias, do respeito para com os territórios do interior, onde estas entidades fazem toda a diferença.
O critério foi o da matemática, o da utilização de classificações meramente estatísticas criadas para outros efeitos. Isto é, pretende o governo fazer uma reorganização das freguesias a régua, a compasso e a esquadro.
E é com isto que o PS está em profundo desacordo. E está em desacordo o PS e estão os autarcas das freguesias e as populações na sua generalidade.
E quer isto dizer que o PS acha que o memorando não se deve cumprir?
Não. Nada disso. O PS entende é que se devia ter seguido outro caminho. O do diálogo com os interessados, com as autarquias e com as populações e construir uma solução “de baixo para cima”. Por exemplo os casos de Lisboa e da Covilhã poderiam ser inspiradores. Nos dois casos foram consensualizadas reduções de freguesias. Em Lisboa uma redução de 53 para 24 e na Covilhã a fusão de quatro numa única freguesia.
Portanto, para o PS, nas áreas urbanas é possível e é desejável que se encontrem soluções de racionalidade. Já no que concerne às áreas rurais, de baixa densidade demográfica, a situação merece muito mais atenção. Tem que haver um diálogo inter autarquias que privilegie o associativismo potenciando as sinergias existentes. Cada caso é um caso e deve ser tratado com as suas singularidades próprias deixando o primeiro debate e a apresentação de propostas às partes.
Em síntese: o governo com esta proposta não respeita as identidades das freguesias, nomeadamente as do interior, e o PS está, pois, contra os critérios do documento verde que, se aplicados, apagarão do mapa, de uma forma cega, as freguesias dos distritos do interior como é o caso do distrito de Viseu.

Mensagens populares deste blogue

Frontal, genuíno, prestável: era assim o António Figueiredo Pina!

  Conheci-o no final dos anos 70. Trabalhava numa loja comercial, onde se vendia de tudo um pouco. Numa loja localizada na rua principal de Sátão, nas imediações do Foto Bela e do Café Sátão. Ali bem ao lado da barbearia, por Garret conhecida, e em frente da Papelaria Jota. Depois, ainda na rua principal, deslocou-se para o cruzamento de Rio de Moinhos, onde prosseguiu a sua atividade e onde se consolidou como comerciante de referência. Onde lançou e desenvolveu a marca que era conhecida em todo o concelho, a Casa Pina, recheando a sua loja de uma multiplicidade de ferramentas, tintas e artefactos. Sim, falo do António Figueiredo Pina. Do Pinita, como era tratado por tantos amigos e com quem estive, há cerca de um mês e meio, em sua casa. Conheceu-me e eu senti-me reconfortado, conforto que, naquele momento, creio que foi recíproco. - És o Acácio - disse, olhando-me nos olhos. Olhar que gravei e que guardo! Quem nunca entrou na sua loja para comprar fosse lá o que fosse? Naquele ba

"Sátão: 50 Anos de Liberdade" foi ao Preço Certo

O livro " Sátão: 50 Anos de Liberdade " foi ao programa Preço Certo. Este programa vai diariamente para o ar na RTP 1 sob a batuta de Fernando Mendes. Foi pela mão de Maria Conceição Loureiro, que participou no programa que foi para o ar nesta segunda-feira, dia 2 de setembro, que o livro foi oferecido a Fernando Mendes, o apresentador deste popular programa televisivo que há várias décadas está a ser emitido. O livro, da autoria de Acácio Pinto, que trata dos últimos 50 anos de vida autárquica no concelho de Sátão, foi oferecido à participante no concurso pela Junta de Freguesia de Mioma, freguesia onde reside.

RÃS - SÁTÃO: FESTA DE NOSSO SENHOR DOS CAMINHOS, DIA 26 DE MAIO

A tradicional festa de NOSSO SENHOR DOS CAMINHOS, em Rãs, concelho de Sátão, decorrerá, este ano, no dia 26 de maio, domingo da Santíssima Trindade. Estão todos convidados para se associarem a uma das maiores, senão mesmo a maior, romaria da beira, que tem na procissão e nos andores os elementos mais característicos. Nasci, cresci e vivi quase 30 anos em Rãs, onde ainda hoje, semanalmente, me desloco por lá residirem os meus pais e por razões telúricas e emocionais. Altar da capela de Nosso Senhor dos Caminhos Altar da capela da Senhora dos Verdes