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Mensagens

A mostrar mensagens de outubro, 2023

Quinta do Bill e filarmónicas: a música em interação na Figueira da Foz

 Pode-se estranhar. Pode-se mesmo duvidar das virtualidades da associação de duas filarmónicas centenárias com uma icónica banda nascida em início dos anos 90. Podemos mesmo achar que alguma coisa não estará a bater certo. Poderemos tudo o que quisermos, mas também poderemos render-nos à poesia, nestes tempos de prosa dura. E se assim for só poderemos achar o resultado de magnífico. Foi uma ode à música, essa linguagem universal que faz milagres. Que transforma mais de 800 pessoas num único ser, num coletivo unido pelas sonoridades de uma centena de músicos em palco. Foi tão bom ouvir os diálogos sonoros de instrumentos tão diferentes. De escutar as disputas das teclas e das guitarras elétricas com o tão numeroso naipe de instrumentos de sopro. De apreciar os ritmos da percussão e os silvos doces dos agudos pífaros, o deslizar das crinas do arco nas cordas do violino e as harmonias das palhetas do acordeão…. Foi tão bom saborear as vozes de todos, onde nenhuma voz esteve a ma...

“A Galope Numa Noite de Búzios”, um livro para ler e saborear

TAMBÉM AQUI: LETRAS E CONTEÚDOS  | LETRAS E CONTEÚDOS Um  comprimido  todos os dias à noite, quando já estiver na cama, da marca  “A Galope Numa Noite de Búzios” , desenvolvido pelo  laboratório  Carlos Enes, nem imagina o bem que lhe fazia, para parafrasear a dita máxima que anda por aí. A embalagem traz 55  comprimidos , todos de cores diferentes e de composição diversa. Uns são da cor das  “vantagens do beijo” , outros da cor do  “tremoço curtido” , outros ainda da cor de  “nem anjo nem diabo” , já agora o último é cor de  “assobio azul” . A composição é de múltiplas alquimias, fermentadas em  “molho de escabeche” , ou servidas em  “salada russa” , ou  “pikles cem sebola” , mas se preferir também há aquelas que são  “entre o picante e o doce”  ou feitas com  “flor do dragoeiro”  e de  “perfume apimentado” . Pois bem, já perceberam que não importa por qual comprimido começar. É à vontade...

Rádio Sátão é sinónimo de António Mendes

  Rádio Sátão ou Alive, como foi batizada nos últimos anos, é sinónimo de António Mendes. É sinónimo daquele que foi o seu rosto mais visível ao longo de várias décadas. Aquele que aparecia de gravador em punho nos mais insólitos e recônditos lugares da região, desde que lá morasse a notícia. Pois, bem sei que partiu, que a sua presença física, bem-disposta e bonacheirona, nos abandonou. Porém, partindo, ele também ficou. Ficou nos registos magnéticos e digitais e nos momentos captados pela nossa memória ou pelas objetivas das máquinas analógicas e digitais. São assim os desígnios insondáveis da vida. Batem-nos à porta e transmutam o nosso devir. Convocam-nos sem quaisquer possibilidades de renúncia. Sem apelo. Assim foi. E foi chocante. Foi duro. Para mim e para tantos ‘mins’ que no Sátão e nestes territórios do Demo se habituaram a vê-lo e a tê-lo no seu convívio mais ou menos diário. Sim, mas a crueza suprema foi para os seus familiares, para a sua mãe. Qual, afinal, o s...