Com o auditório da Biblioteca Municipal de Penalva do
Castelo cheio, o livro O Volframista, de Acácio Pinto, teve mais uma tarde de
êxito.
A abrir o evento, José Pedro Pinto interpretou, em guitarra
clássica, um tema da sua autoria, criando um ambiente de grande envolvimento
com os presentes, para logo de seguida Vítor Pires deixar, em traços pessoais,
a sua leitura da obra, referenciando os aspetos principais da mesma, e deixando
igualmente palavras sobre o autor. Efetuou ainda uma similitude entre o enredo
do romance e as terras de Penalva do Castelo, mais particularmente, com a
freguesia de Sezures, onde o volfrâmio também foi explorado, e onde ocorreram
grandes convulsões sociais com as autoridades do Estado Novo, dizendo que a
história do livro se poderia muito bem ter ali passado.
Depois foi o autor a interveir, deixando aos presentes
palavras sobre o processo de escrita do livro e sobre alguns dos factos
sociais, económicos e políticos da época em que se passa a trama principal,
Portugal dos anos quarenta do século XX. Contextualizou ainda o negócio legal e
clandestino do volfrâmio, bem como as circunstâncias inerentes à sua exploração.
A encerrar as intervenções, Francisco Carvalho, deixou
algumas notas pessoais da sua leitura do livro, como forma, segundo ele, de
abrir o apetite para a leitura da obra. Detalhou alguns aspetos da narrativa,
sobretudo os que tinham a ver com episódios do livro, como “fazer das notas
mortalha para cigarros”, “jogar umas mocas de sueca”, “incêndio da moradia da
personagem principal”, entre outros.
Foi uma excelente tarde literária que se viveu na biblioteca
de Penalva do Castelo, culminando o evento com um Dão (Milénio) de honra, com
um bolo de anos e com os magníficos bolos de Penalva, os Castendos.