Avançar para o conteúdo principal

Parlamento dos Jovens: Uma boa iniciativa!

Das sessões do Parlamento dos Jovens em que participei – hoje nas Escolas Secundárias com 3º Ciclo de Vila Nova de Paiva e Moimenta da Beira e há quinze dias na de Sátão – pude constatar que os jovens, quer do Básico quer do Secundário, estão muito motivados para os temas em análise e para os problemas da actualidade.
Os temas em debate foram, para o Ensino Básico, a “Educação Sexual na Escola” e para o Ensino Secundário “A República”.
Quer um quer o outro tema são aliciantes e isso mesmo transpareceu das questões colocadas, que foram as mais diversas: quer sobre os regimes monárquico e republicano, quer sobre os problemas do emprego para os jovens, sobre o combate à corrupção, sobre as doenças sexualmente transmissíveis, os casamentos entre pessoas do mesmo sexo, mas também sobre a vida de um deputado, sobre a forma de chegar a deputado, sobre o vencimento dos deputados e tantas outras coisas.
Reputo estes momentos de grande relevância não só no contexto imediato e formativo que representam, mas sobretudo na semente de participação e de intervenção cívica que os mesmos podem representar para o futuro.
A minha sensação é mesmo de que o debate efectuado em cada escola e que há-de levar à eleição dos representantes da escola na sessão distrital e depois na nacional é um forte estímulo e uma excelente experiência no âmbito do jogo democrático que o mesmo encerra.
Colhi, pois, nestas participações que tive nas escolas, em representação da Assembleia da República, uma boa dose de esperança e de optimismo quanto ao futuro. Os nossos jovens estão interessados na participação e intervenção cívica e as escolas, pela mão dos professores, estão a fazer um bom trabalho no estímulo e no enquadramento dessa participação que reputo de decisiva para podermos continuar a qualificar a democracia.
O êxito deste projecto é inequívoco, pois, todos os anos tem vindo a aumentar o número de escolas envolvidas. Este ano, temos 809 escolas, do básico e secundário, a participar contra as 642 do ano lectivo anterior.
Está de parabéns a parceria entre a Assembleia da República, as Direcções Regionais do Ministério da Educação e o Instituto Português da Juventude.

Mensagens populares deste blogue

Sermos David e Rafael, acalma-nos? Não, mas ampara-nos e torna-nos mais humanos!

  As palavras, essas, estão todas ditas. Todas. Mas continua a faltar-nos, a faltar-me, a compreensão. Uma explicação que seja. Só uma, para tão cruel desenlace. Da antiguidade até ao agora, o que é que ainda não foi dito? O que é que falta dizer? Nada e tudo. E aqui continuamos, longe, muito distantes, de encontrar a chave que nos abra a porta deste paradoxo. Bem sei que, quiçá, essa procura é uma impossibilidade. Que não existe qualquer via de acesso aos insondáveis desígnios. Da vida e da morte. Dos tempos de viver e de morrer. Não existe. E quando esses intentos acontecem em idades prematuras? Em idades temporãs? Tenras? Quando os olhos brilham? Quando os sonhos semeados estão a germinar? Aí, tudo colapsa. É a revolta. É o caos. Sermos David e Rafael, nestes tempos cruéis, não nos acalma. Sermos comunidade, não nos sossega. Partilharmos a dor da família, não nos apazigua. Sermos solidários, não nos aquieta. Bem sei que não. Mas, sejamos tudo isso, pois ainda é o q...

Frontal, genuíno, prestável: era assim o António Figueiredo Pina!

  Conheci-o no final dos anos 70. Trabalhava numa loja comercial, onde se vendia de tudo um pouco. Numa loja localizada na rua principal de Sátão, nas imediações do Foto Bela e do Café Sátão. Ali bem ao lado da barbearia, por Garret conhecida, e em frente da Papelaria Jota. Depois, ainda na rua principal, deslocou-se para o cruzamento de Rio de Moinhos, onde prosseguiu a sua atividade e onde se consolidou como comerciante de referência. Onde lançou e desenvolveu a marca que era conhecida em todo o concelho, a Casa Pina, recheando a sua loja de uma multiplicidade de ferramentas, tintas e artefactos. Sim, falo do António Figueiredo Pina. Do Pinita, como era tratado por tantos amigos e com quem estive, há cerca de um mês e meio, em sua casa. Conheceu-me e eu senti-me reconfortado, conforto que, naquele momento, creio que foi recíproco. - És o Acácio - disse, olhando-me nos olhos. Olhar que gravei e que guardo! Quem nunca entrou na sua loja para comprar fosse lá o que fosse? Naquel...

Ivon Défayes: partiu um bom gigante.

  Ivon Défayes: um bom gigante!  Conheci-o em finais dos anos oitenta. Alto e espadaúdo. Suíço de gema. Do cantão do Valais. De Leytron.  Professor de profissão, Ivon Défayes era meigo, afável e dado. Deixava sempre à entrada da porta qualquer laivo de superioridade ou de arrogância e gostava de interagir, de comunicar. Gostava de uma boa conversa sobre Portugal e sobre a terra que o recebeu de braços abertos, a pitoresca aldeia do Tojal, que ele adotara também como sua pela união com a Ana. Ivon Défayes era genuinamente bom, um verdadeiro cidadão do mundo, da globalidade, mas sempre um intransigente cultor do respeito pela biodiversidade, pelo ambiente, pelas idiossincrasias locais, que ele pensava e respeitava no seu mais ínfimo pormenor. Bem me lembro, aliás, das especificidades sobre os sons da noite que ele escrutinava, vindos da floresta, da mata dos Penedinhos Brancos – das aves, dos batráquios e dos insetos – em algumas noites de verão, junto ao rio Sátão. B...