Tinha todos os ingredientes: promoção, cenário, várias câmaras, público, pivot (com toques no cabelo e demais adereços) e… notícias das boas! Das mesmas de sempre! Com grande embalagem, com grandes planos, grande enquadramento… Daquelas que, afinal e no final, nem um rato conseguem parir!
Foi este o telejornal que Manuela Moura Guedes (MMG) editou na quarta-feira, dia 3 de Março, a partir das três da tarde, no Parlamento perante os deputados da Comissão de Ética e perante o país.
Foi a democracia a funcionar?
Claro que foi.
E tanto foi que logo depois da sua intervenção uma das visadas, a Directora da Polícia Judiciária de Setúbal, Maria Alice Fernandes, prontamente a desmentiu dizendo que lhe iria mover um processo-crime, devido às declarações proferidas.
E tanto foi que ao fim do dia a direcção de informação da TVI a desmentiu através de um comunicado dizendo que não há nenhuma peça na estação sobre o caso Freeport que não tenha ido para o ar.
E tanto que foi que o administrador da TVI, Bernardo Bairrão, que no dia anterior tinha dito que “obviamente” a suspensão do Jornal Nacional de Sexta editado por MMG não acabou por qualquer crítica de Sócrates, mas por decisão da administração de querer dar coerência e homogeneidade aos espaços de notícias e também a voltou a desmentir logo após declarações suas na Comissão de Ética.
E que tal trazer o Rei de Espanha para o processo? Dizendo que alguém terá ouvido dizer que o Dr. Pinto Balsemão disse que o responsável da PRISA disse que o Rei de Espanha tinha dito que…
Jornalismo? Do melhor!
Circo? Com certeza e com boa intérprete!
Enfim, é este o contexto em que nos movemos. O contexto em que, pese embora se tenha esboroado todo o conjunto de suspeições atiradas ao Primeiro-Ministro (PM), se quer continuar a propagá-las até à exaustão, dentro daquela teoria de que uma mentira tantas vezes repetida se tem que tornar verdade.
Todas as suspeições contra o PM têm caído por terra como se de um castelo de cartas se tratasse: Foram as do Freeport que a polícia inglesa arquivou; foram as das escutas que as instâncias judiciárias não só anularam como mandaram destruir.
Mas como se tudo isto não bastasse, e querendo o PSD que esta estória tenha que ser verdadeira, seja de que maneira for (e vá-se lá saber por que insondáveis interesses), crie-se agora criar uma Comissão de Inquérito, nem que para tal o PSD tenha que ir a reboque (de quem?) do BE.
Só compreendemos esta atitude como um sentimento de orfandade do PSD que, nestes tempos em que lhe falta o/um “pai”, se vai aconchegando no ombro desse grande líder da classe operária, Francisco Louçã.
Finalizo com um apelo à senhora jornalista MMG – ex-deputada eleita nas listas do CDS, ex-anunciante (?) do detergente Ariel (lembram-se do anúncio televisivo?) e actualmente putativa assistente de vários processos judiciais desde que envolvam o nome Sócrates – que entregue às instâncias judiciárias nacionais, ou então às europeias (se não confiar nas nacionais), ou então às do resto do mundo (se não confiar nas europeias), ou então às instâncias judiciárias planetárias, todos os documentos, todos os papéis, todas as escutas, todos os frascos de perfume, todas as peças de roupa com manchas, tudo que tiver por incriminador (senhora jornalista), para de uma vez por todas haver alguém que escreva a sua história verdadeira… Se ainda assim não conseguir, escreva a última crónica e publique-a no site do Instituto Sá Carneiro.