Agradecemos penhorademente ao professor e escritor Carlos Paixão a sua disponibilidade para apresentar O Emigrante no dia 9 de novembro na Biblioteca Municipal de Sátão . Eis o texto que partilhou com os presentes: Começo, naturalmente, por agradecer a distinção que me foi conferida pelo autor, para fazer neste agradável espaço da Biblioteca Municipal de Sátão, mais agradável ainda para quem gosta de ler e escrever, a primeira apresentação pública de O Emigrante. Depois de, por duas vezes, na qualidade de membro do júri do Prémio Literário Cónego Albano Martins de Sousa, ter tido o privilégio de ler e fazer a apreciação das suas duas obras premiadas pela Câmara Municipal de Sátão, O Volframista e o Leitor de Dicionários, fui, agora, confrontado com este enorme desafio de vos dar a conhecer esta obra acabada de publicar. Começo, naturalmente, por dar os parabéns ao autor, por continuar, e vou-me repetir, pois é merecedor que eu me repita, por continuar a abrir mais um baú de me...
Santuário. É quiçá o nome que melhor se conjuga com tudo aquilo que se nos oferece ao olhar. Desde o primeiro, que desde logo nos hipnotiza, até ao derradeiro, que, teimosamente, vamos adiando, hora a hora. Porque gostamos. Gostamos de ali estar. Os altares são múltiplos e as orações que nos tentam são quase ilimitadas. Da base ao teto, com um pé direito generoso, são às centenas as opções que se nos ofertam. Que nos querem tornar em seus fiéis devotos. Reitero, pois, santuário. De quê? De vinhos e afins. Do Dão, do Douro, Alentejo, Bairrada ou Beira Interior, Lisboa ou Tejo e sei lá que mais. Mas de sabores também. Da Serra da Estrela, da Gardunha, de Malpica, ou da Soalheira; de ovelha ou de cabra, ou de porco preto ou bísaro. A verdade é que aqueles, afinal, nunca se divorciam destes. Sendo, aliás, casamentos ancestralmente perfeitos. Vinho, queijo, presunto e enchidos. Em tábua. ‘Irresistir’ a apreciar ali o travo de um vinho é diferente. Muito diferente de tantos outros...