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Aquilino Ribeiro no meio do colóquio sobre o fogo nas serras da Lapa e de Leomil

Aquilino Ribeiro, esse mago da literatura portuguesa da primeira metade do século XX, é incontornável, quando se trata de falar das suas (nossas) Terras do Demo. Vem isto a propósito do colóquio que teve lugar neste domingo , 17 de novembro, na Casa das Novenas, na Lapa , concelho de Sernancelhe. O tema em debate era precisamente "História do Fogo nas Serras da Lapa e de Leomil". Bem, mas regressemos a Aquilino. Foi a Eleonora Monaci, da Universidade Nova, de Lisboa, que o trouxe ao colóquio através de uma breve análise de duas obras. Uma de Aquilino Ribeiro, Quando os Lobos Uivam , obra de 1958, e outra de Adriano Carvalho, O Regime Florestal de Serpins , esta de 1911. E porquê, esta obra de Serpins, no concelho da Lousã? Pois bem, pelo facto de Aquilino, aquando do processo que o Estado Novo lhe moveu devido à escrita do seu livro, que haveria de ser censurado, ter referido, em sua defesa, que se havia inspirado para o escrever, precisamente, naquilo que se passara em Serpi
Mensagens recentes

Opinião de Joaquim Alexandre Rodrigues sobre "O Leitor de Dicionários"

  Crónica de Joaquim Alexandre Rodrigues publicada no Blog OLHO DE GATO  e no Jornal do Centro «Alberto da Silva Gomes gostava tanto de palavras que inventava jogos com elas. Quando andava no liceu, pegava na quinta edição do  Dicionário de Língua Portuguesa , da Porto Editora, abria-o ao calhas numa das suas 1556 páginas, e procurava nela a palavra mais comprida. O rapaz, durante uns tempos, não conseguiu achar nenhuma com mais de vinte e uma letras. Quando encontrou “otorrinolaringologista”, com as suas portentosas vinte e duas letras, teve uma epifania. Entendamo-nos, eram outros tempos, sem net, sem o sr. Google, sem “inteligência” artificial, sem formiguinhas amáveis a fazerem verbetes na Wikipédia sobre todos os assuntos, incluindo sobre palavras quilométricas. Agora, num segundo, acha-se facilmente a maior palavra em português — “pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico” — que se refere a uma pessoa com uma doença nos pulmões por ter respirado cinzas vulcânicas. Esta

Museu de Pintura Naïf de Sátão: uma ideia de Hermínio Marques Ferreira

  Está concluído e em fase de instalação, inauguração e de abertura ao público o Museu de Pintura Naïf de Sátão , que se localiza nas Pedrosas, aldeia natal do doador da coleção, Hermínio Marques Ferreira. Este museu, propriedade da Câmara Municipal de Sátão, resultou da requalificação e ampliação de uma casa senhorial que foi, igualmente, doada por Hermínio Ferreira e que irá albergar todas as obras de pintura naïf que este satense, falecido em junho de 2019, colecionou. Hermínio Ferreira viveu os últimos anos no concelho de Sátão, em Lamas de Ferreira de Aves, na Casa do Paço, que integra uma vasta quinta agroflorestal. Foi professor de Economia na Universidade Católica, tendo como seu colega, o também docente na mesma universidade, Cavaco Silva e esteve ligado, na década de oitenta, à criação do CISF, que liderou, banco de empresas que veio a ser absorvido pelo BCP – Banco Comercial Português. A este propósito, deixamos a nossa opinião, de que falta, por parte do município, a

Meia-Noite ou O Princípio do Mundo: Um livro arrebatador!

  Meia-Noite ou O Princípio do Mundo: Um livro arrebatador! Nunca tinha lido nenhum livro de Richard Zimler. Nunca. “Meia-Noite ou o Princípio do Mundo” foi o primeiro. E que lição ele me deu! Que bela oração ele me proporcionou (nos proporciona) ao longo de mais de quinhentas suculentas páginas de magnífica prosa narrativa! Que demonstração de tolerância. Até com aqueles que nos escravizam. Nos ferem a dignidade. Um livro de combate às injustiças e de apelo à essência da natureza humana. De demonstração das nossas fragilidades e incertezas. Dos nossos erros e da importância que os consignemos ao passado. Da impossibilidade de sermos seres perfeitos. Que belo romance. Que belas histórias o autor nos proporciona nas primeiras décadas do século XIX. No Porto, durante as invasões francesas, e em Londres e Nova Iorque. Em tempos de perseguição aos judeus em Portugal. Em tempos da escravatura africana que enxameou, sobretudo, o sul dos Estados Unidos da América. É uma narrativa na

Divagação a propósito da exposição de fotografias de Nuno Furet, sobre os arrozais do Baixo Mondego

  Sou um consumidor frequente de exposições. Das mais diversas exposições, nomeadamente de pintura e de fotografia. Vem esta minha divagação a propósito da última exposição que visitei. Uma exposição de fotografia, de Nuno Furet , que está patente ao público no CAE – Centro de Artes e Espetáculos da Figueira da Foz . O seu título é “Um ano nos arrozais do Baixo Mondego - Uma deambulação fotográfica”. E, para além da ideia que originou as fotografias, de que gostei particularmente, um ano em torno de uma realidade, que nos mostra as rotações e as translações da inexorabilidade do tempo que passa, em repetências cósmicas, aquilo que me levou a este texto tem a ver com o processo expositivo. Concretamente, quero destacar o facto de as fotos nos serem apresentadas sem qualquer cobertura de vidro/acrílico. E será que esse aspeto merecia uma nota? Merecia esta crónica? A minha resposta é sim. Direi mesmo que faz toda a diferença. Aquele ‘ruído’ que a iluminação normalmente provoc

Antigamente, os defuntos lambiam os figos!

  Antigamente os defuntos lambiam os figos! Fosse qual fosse a ancestral causa, a verdade é que os jovens e os adultos mais sugestionáveis, na Beira Alta, deixavam de comer figos a partir do dia 1 de novembro. A causa era simples, os defuntos, precisamente, nessa noite, iam lambê-los, quais demónios em busca das suas presas.  De facto, já não eram muitos os figos vindimos que existiam nas figueiras, mas havia sempre algumas que exibiam alguns apetecíveis exemplares, sobretudo quando as chuvas não eram muito intensas durante o mês de outubro. Recorde-se que, por tradição, os dias 1 de novembro, Dia de Todos os Santos, e 2 de novembro, Dia dos Finados, eram dias de especiais idiossincrasias para as comunidades. Ia-se aos cemitérios, limpavam-se as campas e sepulturas dos familiares já falecidos, onde se colocavam arranjos florais feitos, essencialmente, com crisântemos e carvalhinhas – rituais que ainda hoje se cumprem – e, portanto, era um tempo de algum recolhimento e de lembrar os

O Leitor de Dicionários: Opiniões dos leitores

  PODE COMPRAR:  Letras e Conteúdos | WOOK Excertos de inúmeras opiniões de leitores do romance O Leitor de Dicionários que nos chegaram pelas redes sociais e pessoalmente. “Já li o seu livro e quero dar-lhe os parabéns pela magnífica obra. Quero elogiar a inspiração e o talento para dar corpo a uma grande história”. “Em dois serões devorei as cerca de 200 páginas que compõem O Leitor de Dicionários. Estava longe de mim fazer uma ligação entre o título da obra e a narrativa da mesma. Uma história que tem um início bonito, onde a inteligência de Alberto se traduz na competência dele como docente e a união com a Felismina, que tinha tudo para correr bem. Infelizmente o fim foi dramático, não só para ele, mas também para quem teve a ousadia de usurpar direitos autorais…” “Adorei o livro. É cativante para o leitor que não se consegue desprender querendo saber mais e mais. Recomendo vivamente a sua leitura.” “Já li e recomendo. Especial.” “Adorei O Leitor de Dicionários. Li de u