Nota Prévia: Escrevi a breve crónica que se segue depois de uma deslocação que efetuei, há dois dias, ao Convento de Santo Cristo da Fraga, na freguesia de Ferreira de Aves. Ali chegado, as minhas nostalgia e tristeza foram enormes, pois recordei-me da aprazível mancha verde que dali lobriguei quando em 2023 lá estive a recolher pormenores que introduzi no romance O Leitor deDicionários . Agora, depois do designado “incêndio de Sátão” por ali ter passado, do alpendre daquela ermida só se vislumbra terra negra! BREVE CRÓNICA SOBRE INCÊNDIOS Não tenho por hábito falar publicamente sobre incêndios florestais. É um tema em que as opiniões tendem a extremar-se e em que, quase, não há ninguém que não tenha uma solução para o problema: ordenamento da floresta; “mosaicos” arbóreos resilientes; endurecimento das penas para os criminosos; limpezas e queimadas no inverno; profissionalização dos bombeiros; utilização de “cabras sapadoras”; aumento do número de meios terrestres e aéreos...
Aqui: Para ler o ATO 1 - Do que fomos, do que somos Olho, daqui. Deste hoje. Deste agora complexo. Que não gosto de ver simplificado com propostas básicas. Com olhares maniqueístas. Preto ou branco. De absolutas certezas. Vejo um povo. Uma nação. Um país que se move. Envolvido nas suas circunstâncias. E a não poder descurar tudo aquilo que o envolve. Nos territórios mais próximos e nos espaços geopolíticos mais distantes. E tudo isto acontece num tempo controverso. Em que tudo é controvertido. Discutido. Contestado. Sob pontos de vista respeitáveis. Muito radicalizados. Mais uns dos que outros. Ao olhar de cada um de nós. Ao nosso. Olhar (de)formado pelas nossas idiossincrasias. Biológicas. Sociais. Culturais. Antropológicas. Geográficas. E sei lá mais o quê. Somos testemunhas de um tempo, este, em que cada palavra, cada frase, cada artigo, uma qualquer lei é pelejada, acareada e dirimida em contendas acaloradas. Com argumentos. Os mais diversos. Hoje somos agentes, atores de um m...