Obrigado, Rui!

Há homens assim! Que nos tocam profundamente. Que nos inspiram. Que são massa subjacente da nossa visão do mundo.
Cujo olhar nos dá paz. Cujo ser nos sensibiliza. Cuja presença nos aquece.
Para mim, o Rui era assim. Era isto. Em boa verdade, muito mais que isto. Desde os anos 80. Quando o conheci.
Uma referência. Uma referência forte. Tranquila. Sempre próxima. Sempre ali. Ao nosso lado.
Homem de causas. Um lutador. Sempre na linha da frente das batalhas que fazem sentido. Quiçá, das únicas que fazem sentido na vida: da liberdade, da igualdade, da fraternidade. Do humanismo, afinal.
Fosse como autarca, como deputado, como professor… como cidadão.
Não baqueou nunca perante os poderes d’outrora. Que confrontou.
Amante da vida. Da palavra serena. Da dádiva pelos outros. Um conciliador.
Sinto-me bem melhor. Ando bem. Disse-me o Rui. Foi no Verão. Em Nelas. Ali, onde ele se dedicou. Ali, onde ele se empenhou. Onde muito lutou pelas suas ideias. Ali, onde o Rui se cumpriu. Se deu à sua terra.
Foram as últimas palavras que lhe ouvi. Guardo-as. Sobretudo, guardo a tranquilidade do seu rosto. Guardo a amizade dos seus olhos serenamente doces.
Guardo-o aqui, no coração…
O Rui Neves partiu... Um camarada, um amigo, um cidadão… sempre.
Obrigado Rui!