Na vida como na política há um tempo para tudo. Um tempo para
nascer e um tempo para morrer, um tempo para descansar e um tempo para
trabalhar, um tempo para projetar e um tempo para executar.
E o tempo, este tempo de agora, de hoje, deveria ser o de
executar uma ideia que fosse, um projeto que seja, uma qualquer iniciativa. Mas
não, o Governo do PSD e do CDS continua apostado em ir para além da troika e
obrigar os portugueses não ao PEC IV que chumbaram, mas agora ao PEC IV elevado
ao quadrado ou quiçá ao cubo e nada mais faz que isso.
E depois como se comporta o Governo? Sacode a água do capote,
tenta passar por entre as pingas da chuva e faz de conta que não está em
funções há nove meses.
Mas está e está e por isso seria bom que algumas questões fossem
respondidas.
Como se explica que o
preço dos combustíveis tenha subido para níveis nunca vistos tornando-os os
mais elevados da Europa?
Quais as medidas que foram
tomadas, para além da emigração, para combater os 35% de desemprego jovem?
Que apoios estão
disponíveis para combater a degradação das condições de funcionamento das
empresas e da economia?
As medidas que o
Governo tem para a defesa do interior e para a sua dinamização demográfica é a
extinção de serviços públicos, como é o exemplo do encerramento dos tribunais e
de freguesias?
Que palavra tem o
Governo para os cidadãos que se veem confrontados com dificuldades de acesso ao
SNS, fruto do aumento das taxas moderadoras?
E a formação e
qualificação dos portugueses faz-se com o encerramento de centros novas
oportunidades em todo o país?
Quando é que o Governo
avança com um programa de requalificação das escolas públicas, uma vez que
parou, sem alternativa, o programa da Parque Escolar?
E qual a boa explicação
para a venda do BPN por 40 milhões depois de o ter refinanciado com várias
centenas de milhões?
Estava na troika o
corte aos funcionários públicos dos subsídios de féria e natal para 2012, 2013,
2014, 2015…?
Termino como comecei. Há um tempo para tudo e o tempo, hoje, deveria
ser o tempo do Governo e dos partidos que o suportam, não para atacarem o PS e
os portugueses, mas para executarem, assumirem e cumprirem uma, que fosse, das
suas promessas. Da austeridade estamos todos fartos e está-se a ver no que dá.