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Mensagens

A mostrar mensagens de novembro, 2025

“Haiti”: um romance de amor numa ilha à procura da independência

  Ancorado numa aturada investigação histórica, neste romance, Haiti , João Pedro Marques conduz-nos até aos meandros da revolução dos escravos em finais do século XVIII, naquela colónia francesa do Caribe — a mais rica colónia do mundo, à época —, que antecedeu a sua independência, em 1804. É um romance de cariz tropical, com um excelente enquadramento socioeconómico e que sobretudo nos apresenta personagens, sucessivamente, algumas tão reais, que nos transportam para o pior e melhor da condição humana. E a intriga que o autor nos apresenta, embrenhando-nos nos excessos e desmandos revolucionários — na colónia e na metrópole —, é tão verosímil, quanto à crueldade, ao ódio, à vingança e, afinal, ao amor… àquela réstia de laços de sangue inquebrantáveis e que sempre surgem nos momentos limite e de fim de linha. Para quem gostar de uma viagem, quase imersiva, à escravidão, às plantações, às paisagens do Caribe, vale a pena acompanhar Honoré, Joséphine, Toussaint ou Adelaide e ...

Romance 'O Emigrante' vai ser apresentado em Castelo Branco

No dia 3 de dezembro às 18 horas vai ter lugar no salão da Junta de Freguesia de Castelo Branco a apresentação do último romance de Acácio Pinto,  O EMIGRANTE – A saga de uma família abalada por segredos antigos . A apresentação do livro, a que se associará o presidente da Junta de Freguesia de Castelo Branco , José Pires, será efetuada por Hortense Martins , contando, igualmente, com a declamação de poemas alusivos à emigração por Maria de Lurdes Gouveia Barata e com uma intervenção do autor, Acácio Pinto. O evento terá entrada livre.   Sinopse do romance Em resultado das suas memórias de infância e de múltiplas conversas com emigrantes e antigos emigrantes, neste romance o autor conta-nos a saga de Renato, um emigrante português que nos anos 60 emigrou a salto para França em busca de uma vida melhor. As peripécias da travessia clandestina das fronteiras, as viagens no  Sud Express , completamente à pinha em finais de agosto, o trabalho duro nas obras, a vid...

Paulo de Carvalho e as filarmónicas: um doce arrepio na Figueira da Foz!

Foi uma viagem maravilhosa. Uma viagem até aos anos 70. Com partida e chegada no CAE (Centro de Artes e Espetáculos) da Figueira da Foz no âmbito da 3.ª Temporada Orquestrae. O comandante desta viagem, que aconteceu neste sábado, dia 22 de novembro, foi Paulo de Carvalho, esse icónico cantor e compositor, cuja cantiga E Depois do Adeus foi a primeira senha para a Revolução do 25 de Abril de 1974. Este modelo, proposto pelo CAE, não é novo. Já lá assistíramos a outro itinerário semelhante , em que à banda do cabeça de cartaz são associadas filarmónicas do concelho da Figueira da Foz, num resultado verdadeiramente espantoso. Ouvir a voz bem timbrada de Paulo de Carvalho entoar os Meninos de Huambo com uma orquestra constituída por cerca de oito dezenas de músicos da Filarmónica Quiaiense e da Filarmónica de Lares, a atuarem conjuntamente e com o público a emprestar a sua voz, formando um gigantesco coro, foi uma experiência verdadeiramente imersiva e única. Ou ouvir Lisboa Meni...

Mafalda Anjos numa conversa em torno dos algoritmos e da decência

Após traçar uma breve biografia de Mafalda Anjos , que foi a convidada desta sessão 5.as de Leitura, autora do livro Carta a um Jovem Decente dado à estampa em 2024, Teresa Carvalho , a moderadora, foi-a desafiando e deixando-lhes as deixas para uma conversa que acabou por ir muito mais além do livro que, supostamente, serviria (e serviu!) de base a esta conversa. A convidada, jornalista há 27 anos, foi linkando as suas respostas e considerações, sobretudo, com os contextos comunicacionais em que hoje nos movemos. Esta sessão teve lugar ontem, dia 20 de novembro, ao serão, na Sala de Exposição Permanente do Museu Municipal Santos Rocha, na Figueira da Foz. Mas será que a autora não falou sobre o livro? Claro que falou. É que a decência, que subjaz ao mesmo — infere-se desde logo do título —, está na mira e sob ameaça das redes sociais sem rosto, em que o pudor não faz parte do léxico dos seus criadores. Ou seja, não é possível falar de decência sem ir desaguar, ou melhor, sem mer...

Texto de Carlos Paixão no lançamento de O Emigrante em Sátão

  Agradecemos penhorademente ao professor e escritor Carlos Paixão a sua disponibilidade para apresentar O Emigrante no dia 9 de novembro na Biblioteca Municipal de Sátão . Eis o texto que partilhou com os presentes: Começo, naturalmente, por agradecer a distinção que me foi conferida pelo autor, para fazer neste agradável espaço da Biblioteca Municipal de Sátão, mais agradável ainda para quem gosta de ler e escrever, a primeira apresentação pública de O Emigrante. Depois de, por duas vezes, na qualidade de membro do júri do Prémio Literário Cónego Albano Martins de Sousa, ter tido o privilégio de ler e fazer a apreciação das suas duas obras premiadas pela Câmara Municipal de Sátão, O Volframista e o Leitor de Dicionários, fui, agora, confrontado com este enorme desafio de vos dar a conhecer esta obra acabada de publicar. Começo, naturalmente, por dar os parabéns ao autor, por continuar, e vou-me repetir, pois é merecedor que eu me repita, por continuar a abrir mais um baú de me...

Ponto Wine: um santuário de emoções

  Santuário. É quiçá o nome que melhor se conjuga com tudo aquilo que se nos oferece ao olhar. Desde o primeiro, que desde logo nos hipnotiza, até ao derradeiro, que, teimosamente, vamos adiando, hora a hora. Porque gostamos. Gostamos de ali estar. Os altares são múltiplos e as orações que nos tentam são quase ilimitadas. Da base ao teto, com um pé direito generoso, são às centenas as opções que se nos ofertam. Que nos querem tornar em seus fiéis devotos. Reitero, pois, santuário. De quê? De vinhos e afins. Do Dão, do Douro, Alentejo, Bairrada ou Beira Interior, Lisboa ou Tejo e sei lá que mais. Mas de sabores também. Da Serra da Estrela, da Gardunha, de Malpica, ou da Soalheira; de ovelha ou de cabra, ou de porco preto ou bísaro. A verdade é que aqueles, afinal, nunca se divorciam destes. Sendo, aliás, casamentos ancestralmente perfeitos. Vinho, queijo, presunto e enchidos. Em tábua. ‘Irresistir’ a apreciar ali o travo de um vinho é diferente. Muito diferente de tantos outros...

Lançamento de 'O Emigrante' foi um êxito

  Mais de cem pessoas quiseram marcar presença no lançamento do novo romance de Acácio Pinto, O Emigrante – A saga de uma família abaladapor segredos antigos . O evento que teve lugar na Biblioteca Municipal de Sátão contou com uma intervenção de boas vindas por parte de Zélia Silva, Vereadora da Educação e Cultura, que também partilhou algumas palavras sobre o romance, a que se seguiu a apresentação da obra por parte do professor e escritor Carlos Paixão, que dissecou de forma erudita e sapiente sobre as várias vertentes do romance: os aspetos espácio-temporais, muito ancorados na região, os aspetos e tramas romanescas, referindo que o autor abriu o seu “baú de memórias” e trouxe aos leitores mais uma obra marcante de uma época e de um tempo. De seguida, o autor, Acácio Pinto — agradecendo ao município, ao apresentador da obra pela disponibilidade e excelente partilha da sua leitura, a todas as entidades e pessoas presentes — focou-se mais no tema subjacente ao livro, a emigra...

O bidonville de Champigny no romance O Emigrante

«(...) Face aos problemas de saúde, Renato decidiu procurar um local com melhores condições, para morar, estando disponível para pagar um pouco mais. Um emigrante do Porto, que trabalhava com ele, ainda o tentou convencer a ir para o seu “ bidonville ”, onde viviam milhares de portugueses e que ficava ali perto. Numa clareira, rodeada por um bosque denso de carvalhos havia centenas de barracas de madeira sem eletricidade, sem água canalizada e com chapas de zinco canelado na cobertura. No dia em que Renato lá foi, nas ruas estreitas e enlameadas, daquele caótico bairro de lata, havia crianças com cabelos hirsutos e roupas velhas e sujas a jogar à bola. Quando espreitou para dentro de algumas barracas viu que o chão era de pedaços de lona e de tábuas soltas e que aqueles espaços minúsculos onde vivam milhares de emigrantes portugueses, mais pareciam uma poubelle , palavra francesa que ele já aprendera, quando foi a uma à procura de cadeiras. (...)» Excerto do Romance O Emigrante pp. 61...

Novo romance de Acácio Pinto: lançamento a 9 de novembro em Sátão

  O novo romance de Acácio Pinto, O Emigrante – A saga de uma família abalada por segredos antigos , será lançado no dia 9 de novembro, às 15 horas, na Biblioteca Municipal de Sátão. A apresentação desta obra, que contará com a presença do Presidente da Câmara Municipal de Sátão, Alexandre Vaz, será efetuada pelo escritor Carlos Paixão. Partindo de um encontro fortuito de Renato e Augusto no Sud Express , que ia apinhado depois das férias de verão, O Emigrante é uma obra que nos mostra o interior da emigração a salto para França nos anos 60. E foi lá, bem longe de Portugal, que estes dois emigrantes — um de um concelho do distrito de Viseu e o outro da Figueira da Foz — se confrontaram com segredos antigos e com o reacendimento de memórias do passado que haveriam de perturbar muito mais as suas vidas do que a solidão e a dureza do trabalho em Champigny ou em Le Creusot . Com uma escrita intensa e comovente, O Emigrante fala de sacrifício e identidade, dos insondáveis des...

Diz o povo. Provérbios de novembro

  Novembro à porta, geada na horta. Dos Santos ao Advento, nem muita chuva nem muito vento. Dos Santos ao Natal, inverno geral. Dos Santos ao Natal, bom é chover e melhor é nevar. As geadas de São Martinho levam a carne e levam o vinho. No dia de São Martinho semeia os teus alhos e prova o teu vinho. No dia de São Martinho, vai à adega e prova o teu vinho. No dia de São Martinho, castanhas, lume e vinho. Pelo São Martinho fura o teu pipinho. Em novembro põe tudo a secar, pode o sol não tornar. PROVÉRBIOS DE OUTROS MESES