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Apresentação do livro “Sátão: 50 Anos de Liberdade” foi um êxito

 


Apresentação do livro “Sátão: 50 Anos de Liberdade” foi um êxito

Neste domingo, dia 21 de junho, ante uma grande afluência de público, essencialmente autarcas e ex-autarcas, teve lugar no cineteatro municipal de Sátão a apresentação do livro “Sátão: 50 Anos de Liberdader – 1974-2024”, da autoria de Acácio Pinto.

O evento, que teve lugar às 16 horas, contou com intervenções do autor, de Carlos Silva, deputado à AR, de José Morgado Ribeiro, vice-presidente da CCDRC e de Alexandre Vaz e com atuações musicais de José Pedro Pinto e do Zaatam.

Deixamos de seguida a intervenção do autor, Acácio Pinto:

«Onze meses após a ideia ter surgido, aqui estou, perante vós, para vos falar deste livro SÁTÃO: 50 ANOS DE LIBERDADE.

Deste livro que hoje é lançado e que, desde a sua conceção, visou e visa, homenagear os autarcas, todos os autarcas do concelho de Sátão, sendo-lhes, por isso, dedicado.

Antes, porém, por elementar sentido de justiça, vamos aos agradecimentos, apesar de eles constarem no livro. Portanto, cabe-me a mim e desde já, como editor e autor, deixar aqui expresso este público reconhecimento a todos quantos colaboraram connosco.

Em primeiro lugar, à Câmara e à Assembleia Municipal de Sátão, que nos disponibilizaram as atas dos respetivos órgãos e diversos documentos eleitorais e, igualmente, relevando na pessoa do presidente da Câmara a cedência e todo o apoio logístico para a realização deste evento.

Em segundo lugar às Juntas de Freguesia do Concelho de Sátão, a todas, que nos facultaram, quando existiam nos seus arquivos, todos os elementos solicitados.

Em terceiro lugar à Paróquia de Sátão que nos permitiu a consulta dos arquivos do jornal Caminho.

Em quarto lugar à CNE pela cedência das atas de apuramento geral e dos resultados eleitorais das primeiras eleições autárquicas.

Em quinto lugar aos presidentes e ex-presidentes de junta, assembleia e câmara municipal, pelos depoimentos que nos concederam.

Em sexto lugar aos familiares dos presidentes já falecidos que nos facultaram os dados desses autarcas.

Em sétimo lugar, uma palavra de apreço ao Narsélio Gouveia e Sousa, pela disponibilização das fotos que constam do livro, ao António José Correia pela descompactação de alguns dados eleitorais e ao José Pedro Pinto, e ao senhor Jorge Novo que por motivos de saúde não pôde estar presente, e ao Zaatam pelos momentos musicais que se disponibilizaram a interpretar.

Por fim, uma palavra de apreço e reconhecimento à Cerutil e à Torre Medieval pelo apoio concedido para a produção do livro.

Não, não me esqueci dos meus bons amigos José Morgado Ribeiro, vice-presidente da CCDR e Carlos Silva Santiago, deputado à AR, os dois ex-presidentes de câmara, a quem agradeço penhoradamente a disponibilidade para aqui estarem presentes.

Posto isto, vamos diretos ao assunto, vamos à apresentação do livro, que está está estruturado em cinco capítulos.

No primeiro efetua-se uma contextualização social e política, entre o dia 25 de abril de 1974 e as primeiras eleições democráticas realizadas em 12 de dezembro de 1976. Fizemos uma análise dos artigos publicados pelo jornal Caminho, o único existente à época no concelho de Sátão e compulsámos as atas do município dessa mesma época.

A análise é objetiva. O autor não reescreveu a História, limitou-se a selecionar e transcrever os artigos e as deliberações que entendeu terem a ver com o movimento revolucionário em curso.

Alguns exemplos para vos abrir o apetite.

Do Caminho de 5 de setembro de 1974:

“- Em Rio de Moinhos, estava para se realizar um comício do partido comunista no passado dia 15 de Agosto.

Não chegou contudo a concretizar-se pois que, antes do seu início, o povo daquela freguesia, num acto espontâneo e generalizado não o permitiu.“

Do Caminho de 3 de outubro de 1974:

Na primeira página foi colocada uma caixa com um pequeno texto, a propósito do dia de trabalho para a nação, pedido por Vasco Gonçalves, PM, e Costa Martins, ministro do Trabalho, cujo título era o seguinte: “Os católicos não podem deixar de protestar”.

O texto diz o seguinte:

“Chamem reacção, se quiserem.

Exortar ao trabalho no próximo domingo, não nos parece boa comemoração de uma vitória.

Deus tem direitos. Nós devemos respeitá-los. Choca-nos a exortação do Sr. Primeiro Ministro.”

Do Caminho de 7 de novembro de 1974:

“Resumindo: Podemos votar livremente em qualquer partido que respeite os direitos de Deus, os direitos da pessoa humana e os direitos da Pátria Portuguesa que tem uma longa história, muito digna, de que não temos que nos envergonhar.”

Das atas da Câmara:

Na reunião de 23 de junho de 1976 consta: ante a “veemente contestação por parte do Chefe da Secretaria” por “não haver verba orçada e muito menos porque o Município não está em condições financeiras para poder suportar despesas como esta que considerou absurda e absolutamente supérflua” a Comissão Administrativa “deliberou conceder um subsídio de cinquenta mil escudos” para a realização das “Festas e Feira Anual de São Bernardo nesta vila”.

Na reunião de 15 de julho 1976 foi deliberado atribuir “Gratificações aos Regedores do Concelho”, tendo a Comissão Administrativa autorizado “o pagamento de uma gratificação de duzentos escudos a cada um dos actuais regedores das freguesias do concelho”.

Passemos agora ao capítulo segundo onde se apresentam os nomes dos mais de 1600 autarcas que serviram as populações do concelho de Sátão, nas freguesias e nos órgãos municipais.

Estão todos no livro. Os nomeados, aqueles que estavam em funções no dia da revolução, em 25 de abril de 1974, e continuaram mais alguns meses em funções e os que integraram as comissões administrativas e os eleitos nas treze eleições autárquicas democráticas que tiveram lugar até hoje.

Convém, porém, esclarecer que só constam no livro os eleitos diretamente para os órgãos, decorrentes das atas de apuramento geral.

O terceiro capítulo é dedicado a todos os presidentes e ex-presidentes. De cada um recolhemos os seus dados biográficos e uma fotografia e solicitámos aos que ainda estão vivos um breve depoimento/testemunho, afinal, um olhar retrospetivo sobre os seus tempos de autarca.

Por opção, decidimos incluir neste capítulo, os membros da comissão administrativa da câmara municipal de Sátão.

Algumas curiosidades acerca deste capítulo, em jeito de pergunta: Dos presidentes em funções sabem qual é o mais jovem? E dos ex-presidentes qual é o mais idoso?

Pois bem são os dois de Águas Boas. O mais jovem é o David Tavares, presidente da União de Águas Boas e Forles, nascido em 1990 e o mais idoso é Amândio de Frias Caiado, nascido no dia 25 de abril de 1934, que era o presidente aquando da revolução. Fará na próxima quinta-feira 90 anos.

Outra pergunta. Quantos e quais os autarcas que têm sete mandatos como presidente?

Pois bem, trata-se de Luís Manuel Magalhães Cabral (seis como presidente de câmara e um como presidente da assembleia), José Luís Mendonça Vaz, que faleceu em março de 2023, e foi sete mandatos presidente da junta de Ferreira de Aves e Aníbal Gomes de Almeida Ceia, atual secretário da junta de Mioma, que foi presidente da respetiva junta em sete mandatos.

Uma última pergunta: Quais são os dois autarcas com mais de 40 anos de funções?

Bom, a esta não vos respondo. Fica para a vossa pesquisa e análise do livro.

No quarto capítulo, apresentamos um conjunto de nove fotografias de 1974. Oito delas captaram uma grande concentração de pessoas, no dia 16 de junho, em frente aos paços do concelho, com o objetivo de eleger uma comissão administrativa para a câmara. Essa concentração, que contou com a presença de um elemento das forças armadas e um representante do governo civil de Viseu, acabou, mesmo assim, por redundar numa grande animosidade e em confrontos físicos.

Porém, ainda assim, o ato eleitoral acabou por ser realizado, tendo sido declarada vencedora uma das duas listas em confronto.

A nona fotografia retrata a tomada de posse da comissão administrativa da câmara que teve lugar no dia 5 de dezembro de 1974 e que decorreu no salão nobre dos paços do concelho.

Todas as fotos, no verso, têm o carimbo Foto-Bela.

Finalmente, no quinto capítulo constam os resultados eleitorais, para a câmara e para a assembleia municipal de cada uma das treze eleições realizadas até hoje.

É esta, pois, a estrutura do livro que hoje aqui estamos a apresentar. Um livro extenso e que face a essa vastidão de transcrições, nomes e datas, não é impermeável a lapsos. Daí que, vos solicite, peço-vos a todos, o favor de me fazerem chegar qualquer dúvida, qualquer inexatidão, qualquer erro que detetem, para que possamos posteriormente, através de uma adenda, dar pública nota de tais situações.

Uma palavra final para dizer, sobretudo aos que não estiveram na inauguração da exposição, que a mesma estará patente ao público na Casa da Cultura até dia 25 de maio.

Dela constam os nomes dos autarcas destes últimos 50 anos e a propaganda eleitoral utilizada pelos partidos políticos.

Esta exposição resulta de uma parceria entre a Câmara e o Agrupamento, que aceitaram, de braços abertos, a ideia que lhes foi, por mim, apresentada, nas pessoas do presidente Alexandre Vaz e da vereadora da cultura, pela autarquia e da diretora Helena Castro por parte do Agrupamento.

Intervieram nela, para além de mim, responsável pelos conteúdos, os professores Ana Figueiredo e Joaquim Costa bem como os alunos do curso profissional de multimédia, na captação e edição de um vídeo com depoimentos de várias pessoas do Sátão e a Heliana Lopes, da câmara municipal, a responsável de toda a linha gráfica. Pela minha parte agradeço a todos.

Termino com uma saudação aos autarcas: Vivam os autarcas do concelho de Sátão; Vivam os autarcas de Portugal.

Obrigado a todos.»

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