Trata-se das Caves da Murganheira e ali estão há mais de 60 anos.
Situadas num espaço magnífico, de transição entre a Beira e o Douro, as
Caves da Murganheira conjugam modernidade e tradição. A modernidade do edifício
onde se comercializa e prova o segredo encerrado em cada garrafa de espumante e
a tradição das galerias das caves "escavadas" a pólvora e dinamite naquele
maciço de granito azul.
E se no edifício de prova - com um amplo salão, moderno e
funcional, com uma enorme janela aberta sobre a magnífica paisagem vinhateira,
que encantou os cistercienses - é necessário ar condicionado para manter uma
temperatura, que contraste com o agreste calor estival, já nas galerias
subterrâneas a temperatura não quer saber das estações do ano e decidiu fixar-se
nos 12 graus Celsius, seja no janeiro geado seja no julho suado.
E esta é uma das uniformidades de que os três milhões de
garrafas, ali em repouso, não transigem antes de serem o espumante, bruto,
reserva ou super reserva, que os "maestros" decidirem que venha a
ser, tendo em conta as características do mosto que lhes deu corpo.
Ali estão, impávidas. Serenas. Sempre húmidas, por uma ou
outra pinga de água que sempre escorre pelas fissuras da rocha que lhes serve
de teto. Ali estão silenciosas a evoluírem e a prepararem-se para a explosão
nas mesas nacionais e internacionais. Para escorreram nas vitórias de tantos
campeões, mas, sobretudo, para acompanharem tanta da boa gastronomia
portuguesa. Sim, pode ser o leitão assado com batata cozida!
Ouça com atenção a menina que lhe franquia as portas. Ouça
atentamente e questione, se as dúvidas o assaltarem, pois a Tânia, com exceção
do segredo da permanente qualidade, não regateia explicações.
Nas galerias aprecie a textura uniforme e o equilíbrio de milhões
de garrafas, mais de três milhões, umas tintas, outras brancas e aquelas rosés.
É um quadro digno de se apreciar. Sobretudo de se fotografar.
Bom, depois é chegada a hora de sair e de gradualmente se
readaptar a temperaturas mais altas enquanto contempla as cubas, as mais
antigas, em cimento, e as modernas em inox. Espreite, igualmente, a linha de
enchimento, mas a cereja em cima do bolo é o "dégorgement à la
volée", processo manual de expulsão dos fermentos.
Chegado de novo ao salão de entrada, não precisa de pedir. A
Tânia oferece-lhe um espumante para brindar a si, a nós, à Murganheira, ao
Távora Varosa, aos vinhos de Portugal. E, está claro, não tendo que o fazer,
creio que ninguém dali vai sair de mãos a abanar, sem comprar uma que seja. Ou
uma garrafa, ou uma caixa, ou caixas, de acordo com as disponibilidades do seu
orçamento. Encontrará espumantes e vinhos para todos os gostos e preços. E o
risco mais comum é esbarrar num espumante premiado. Foram muitos e são muitos
aqueles espumantes que anualmente têm sido medalhados com ouro ou prata nos
inúmeros concurso nacionais e internacionais.
QUE ESPUMANTES PODE COMPRAR NAS CAVES DA MURGANHEIRA?
Quanto a espumantes as Caves da Murganheira dispõem dos
especiais, dos clássicos e dos gastronómicos.
ESPECIAIS: Czar "Grand Cuvée" Rosé Bruto; Vintage
Bruto; Extréme de "Pinot Blanc" Bruto; Único; Millésime Bruto;
Chardonnay Bruto; Cuvée Especial Bruto; Grande Reserva Bruto; Touriga Nacional
Bruto.
CLÁSSICOS: Velha Reserva Bruto; Velha Reserva; Super Reserva;
Reserva Bruto; Reserva.
GASTRONÓMICOS: Malvasia Fina Bruto; Rosé Bruto; Tinto Bruto.
E VINHOS?
Também pode comprar vinhos, ou as seleções ou os habituais.
SELEÇÕES: Reserva Tinto Especial e Reserva Branco.
HABITUAIS: Murganheira Tinto; Murganheira Branco;
Murganheira Rosé.
COMO CHEGAR ÀS CAVES DA MURGANHEIRA?
Para chegar às Caves pode sair no nó de Lamego da A24 e
dirigir-se pela EN 226, passar o nó de acesso a Tarouca e logo a seguir à ponte
sobre o rio Varosa virar à esquerda onde encontrará placas indicativas de
Ucanha e Caves da Murganheira.
Se quiser passear e apreciar a paisagem e fazer um mais
longo trajeto por estrada nacional pode sair na A25, em Celorico da Beira, no
nó de acesso a Trancoso, seguir pela EN 226, passar por Trancoso, Ponte do
Abade, Vila da Ponte, Moimenta da Beira, Mondim da Beira e antes da ponte sobre
o Varosa virar à direita rumo às Caves.
Ainda uma outra alternativa a partir de Viseu e se não
quiser pagar portagens, vá pela EN 229 até ao Sátão, saia no nó de Vila Nova de
Paiva seguindo até esta vila. Aqui chegado faça a variante e siga para Tarouca,
passando, antes de chegar à 226, pelo Touro, pela Serra da Nave e Leomil, pelo
cruzamento de São João de Tarouca, Mondim da Beira onde, no cruzamento com a EN
226, vira à esquerda e já sabe, antes da ponte sobre o Varosa virar, agora, à
direita rumo às Caves.
[©Letras e Conteúdos]