Intervenção que efetuei hoje durante a audição do ministro adjunto e dos assuntos parlamentares, Miguel Relvas, a propósito do orçamento de estado para 2012 e depois de o ministro na sua intervenção inicial ter acusado o PS das leis que só a ele dizem respeito:
«Senhor ministro,
Quero falar-lhe sobre a extinção de freguesias. Sobre a lei
22/2012. E quero falar-lhe sobre este tema para lhe dizer que ele tem uma
paternidade.
Há um pai e não é incógnito: é Miguel Relvas.
O senhor ministro tem todo o direito de mistificar a sua
vida, a sua realidade (legalmente), mas a nossa vida, a nossa realidade, a das
autarquias e a dos portugueses essa não tem o direito de vir para aqui
mistificar.
O senhor ministro é o pater
desta e de outras bizarrias legislativas da última década. Não é o PS.
Lembra-se da lei 10 e 11/2003, da criação daquelas áreas
metropolitanas que iam da serra do Montemuro até à serra da Estrela?
Não foi o PS, foi Miguel Relvas.
E do silenciamento que está a fazer às populações,
sobremaneira às do interior, através do silenciamento da LUSA?
Não é o PS é Miguel Relvas.
E já agora que palavras quer aqui deixar para as populações
da região de Viseu, por exemplo, para os autarcas do distrito, sobre a falta
generalizada de sinal de TDT com que as suas populações estão confrontadas?
Senhor ministro,
Nenhum de nós quer que a sua vida seja uma mentira. Exorto
também o senhor ministro e os governantes a seguirem este princípio e portanto
quando fizer qualquer declaração a acusar o PS e qualquer deputado do PS, desta
bancada, sobre esta trituração das freguesias, arranje lá um documento, um
papel que seja (só um) em que se possa sustentar, para a extinguir 1160
freguesias.
O PS sempre esteve disponível para dialogar, porém Miguel
Relvas sempre esteve e está “estroicamente” indisponível.»