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Assis desafia Seguro para debates na televisão

(Económico com a Lusa - 14.06.11) «Francisco Assis, candidato à liderança do PS, vai formalizar já propostas para debates na televisão e nas estruturas partidárias com José Seguro.
Estas posições foram assumidas pelo líder parlamentar cessante dos socialistas em declarações à agência Lusa, em que alertou para a surpreendente capacidade de metamorfose do chamado "aparelhismo" partidário, que equiparou a um verdadeiro "parasita político".
"Quero debates na televisão e dentro do partido. Considero essencial que haja debates, porque entendo que o PS não pode perder esta oportunidade histórica de promover um grande debate no partido sobre opções programáticas e estratégicas", justificou o líder parlamentar cessante dos socialistas.
Nas suas declarações à agência Lusa, Francisco Assis dramatizou mesmo as consequências de uma eventual falta de debate interno antes das eleições directas de 22 e 23 de Julho.
"Temo que se não fizermos esse debate o pior dos aparelhismos, com a sua enorme capacidade de metamorfosear no tempo, rapidamente encontre o local onde se alojar para impedir uma verdadeira renovação do PS. O aparelhismo é uma espécie de parasita político que sabe muito bem onde se vai alojar", advertiu Francisco Assis.
Em contraponto, Assis disse que pala sua parte tem feito "um grande apelo a todos os militantes".
"Sei que há milhares de militantes por esse país fora que se queixam de nos últimos 15 a 20 anos estarem sem participação. São militantes que não são ouvidos, porque há concelhias e federações distritais onde o partido tem estado fechado, excessivamente colonizado pela administração central ou pelos aparelhos autárquicos, incapaz de se abrir e de discutir", apontou.
Para Francisco Assis, este "é o momento de o PS se libertar completamente e fazer uma grande discussão".
"Os debates nas televisões e fora das televisões são imprescindíveis", insistiu, antes de adiantar que irá apresentar uma "proposta concreta para que haja debates nos espaços do partido".
"Espero bem que o António José Seguro participe nesses debates e discussões", disse.
Francisco Assis defendeu também a necessidade de debates com Seguro face às mudanças ocorridas no mundo desde q crise internacional de 2008.
"Estamos confrontados com a necessidade de reformar o modelo do socialismo democrático ou da social-democracia, que actualmente enfrenta dificuldades graves, num mundo que mudou, com constrangimentos financeiros muito sérios. Além da adaptação do modelo, há hoje também novas causas emergentes e novos problemas -- e este é o momento do PS, que esteve seis anos no Governo, que governou em circunstâncias difíceis, de regressar a um profundo debate sério e para reflectir sobre o modelo de estrutura interna e participação dos militantes", declarou, antes de deixar um novo recado para os seus rivais internos.
"Pensar que tudo isto se resume a uma questão de mudança do secretário-geral do PS, sai um entra outro, é uma visão muito redutora da vida do PS", sustentou.»

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