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(Opinião) Baixo nível democrático

A campanha ainda não começou, mas já estamos a ser inundados por tiradas de baixo nível democrático e de um completo despudor e falta de respeito para com os adversários políticos e os portugueses.
Vem isto a propósito das críticas que um candidato do PSD fez a propósito da ausência do cabeça de lista do PS, que se fez representar, num debate que ocorreu na Escola Profissional de Moimenta da Beira. E o mais grave é que esse candidato sabia que a ausência se deveu a um compromisso institucional, enquanto Secretário de Estado, assumido no dia 18 de Março, muito antes, pois, da Assembleia ser dissolvida. E atirou, ainda, umas atoardas populistas dizendo que os governantes andam a fazer campanha com meios do estado, como se os candidatos que desempenham funções (p. exemplo, Presidente da República ainda há pouco tempo, Presidentes de Câmara e muitos outros) tivessem que deixar de o ser para se candidatarem.
Daqui ressaltam duas ideias: a primeira é que esse candidato acha que os compromissos, depois de assumidos, não são para cumprir, o que revela bem o seu carácter; a segunda é que para ele tudo vale, mesmo os mais baixos, populistas e despudorados ataques.
Mas vem também isto a propósito das declarações de Eduardo Catroga, negociador do PSD, à SIC Notícias. Utilizou uma terminologia no mínimo vergonhosa para se referir aos pormenores, que apelidou de “pintelhos”, que são discutidos em vez de se discutiram as grandes questões nacionais.
Não se trata de nenhum purismo da minha parte. Trata-se tão só da utilização de uma linguagem que seja elegante e inspiradora de todos aqueles que nos ouvem. O contexto não era o de nenhum jantar numa tasca à porta fechada e com uns copos bem bebidos, o contexto era formal e exigia respeito para com os portugueses.
Mas não se ficam por aqui os atropelos inadmissíveis de Eduardo Catroga. Numa entrevista ao Público efectuou um paralelo entre Sócrates e Hitler.
O mínimo que se pode dizer deste tipo de atitudes e de comportamentos é que são vergonhosos e não deveriam fazer parte do léxico político português nem em momentos eleitorais nem em quaisquer outros.
Não sei se Catroga conhece Birkenau, se conhece Auschwitz, se conhece os horrores que ali se praticaram contra a humanidade, contra os judeus.
Poderia aproveitar algum tempo da sua reforma dourada visitar aqueles dois campos de concentração, passar lá umas horas, que fossem, e poderia ser que pedisse desculpa a seguir, que era o mínimo que uma pessoa de carácter poderia fazer depois do paralelismo estabelecido.
Não, este não pode ser o nível de uma campanha eleitoral e o PS não vai enveredar por esse caminho.
O PS estará com serenidade, estará com respeito e saberá sempre interpretar aqueles que forem os resultados do sufrágio eleitoral e da opção do povo.
Estamos nestas eleições para as ganhar, entendemos que merecemos ganhá-las pelo que fizemos, mas não estamos na política a qualquer preço.
O nosso crédito será sempre total à decisão que sair das eleições do dia 5 de Junho.

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