Avançar para o conteúdo principal

Comunicado da Federação do PS: Oposição lançou Portugal numa grave crise política

«A Federação de Viseu do PS na sequência da votação que ontem ocorreu na Assembleia da República – o chumbo do PEC – não pode deixar de dizer aos viseenses e aos portugueses que a oposição, nomeadamente, o PSD, revelaram uma completa irresponsabilidade e insensibilidade pelos interesses de Portugal ao abrirem esta crise política.
E o mais grave de tudo isto é que o maior partido da oposição abriu esta crise votando contra o PEC sem apresentar qualquer medida alternativa, sem apresentar uma proposta que fosse no Parlamento.
Limitou-se a votar não, porque sim.
Mas a máscara já caiu. Menos de 24 horas após ter votado contra o PEC, sem ter apresentado uma proposta que fosse, eis que Pedro Passos Coelho e o PSD assumiram uma medida alternativa ao Programa de Estabilidade e Crescimento: aumentar o IVA para 24 ou 25%.
Veja-se bem o nível de frieza político da liderança do PSD. Optar pelo imposto mais cego que existe, pelo imposto que penaliza todos os consumidores, quer os que têm mais, como os que têm menos rendimentos.
Aguardamos para ver o que mais há escondido nas gavetas mais profundas da actual mentalidade neoliberal de Passos Coelho e deste PSD que, como já se percebeu, pela sua proposta de revisão constitucional, andarão em torno do desmantelamento do SNS, privatização da Escola Pública e despedimentos sem justa causa, também na função pública.
Quanto à crise política em que colocaram Portugal, ela é já bem visível: nos juros que aumentaram, de imediato, para níveis nunca antes atingidos; nas declarações de dirigentes internacionais a considerarem agora a inevitabilidade da entrada no nosso país de instituições internacionais, com as consequências negativas para Portugal; na desconfiança dos agentes económicos.
Em suma, o PSD e Passos Coelho não se assumiram como um partido responsável e com uma liderança madura, mas como um partido irresponsável e com uma liderança que cede à primeira tentação sem qualquer preocupação com a defesa de Portugal e dos portugueses.»

Mensagens populares deste blogue

Sermos David e Rafael, acalma-nos? Não, mas ampara-nos e torna-nos mais humanos!

  As palavras, essas, estão todas ditas. Todas. Mas continua a faltar-nos, a faltar-me, a compreensão. Uma explicação que seja. Só uma, para tão cruel desenlace. Da antiguidade até ao agora, o que é que ainda não foi dito? O que é que falta dizer? Nada e tudo. E aqui continuamos, longe, muito distantes, de encontrar a chave que nos abra a porta deste paradoxo. Bem sei que, quiçá, essa procura é uma impossibilidade. Que não existe qualquer via de acesso aos insondáveis desígnios. Da vida e da morte. Dos tempos de viver e de morrer. Não existe. E quando esses intentos acontecem em idades prematuras? Em idades temporãs? Tenras? Quando os olhos brilham? Quando os sonhos semeados estão a germinar? Aí, tudo colapsa. É a revolta. É o caos. Sermos David e Rafael, nestes tempos cruéis, não nos acalma. Sermos comunidade, não nos sossega. Partilharmos a dor da família, não nos apazigua. Sermos solidários, não nos aquieta. Bem sei que não. Mas, sejamos tudo isso, pois ainda é o q...

JANEIRA: A FAMA QUE VEM DE LONGE!

Agostinho Oliveira, António Oliveira, Agostinho Oliveira. Avô, filho, neto. Três gerações com um mesmo denominador: negócios, empreendedorismo. Avelal, esse, é o lugar da casa comum. O avô, Agostinho Oliveira, conheci-o há mais de meio século, início dos anos 70. Sempre bonacheirão e com uma palavra bem-disposta para todos quantos se lhe dirigiam. Clientes ou meros observadores. Fosse quem fosse. Até para os miúdos, como era o meu caso, ele tinha sempre uma graçola para dizer. Vendia sementes de nabo que levava em sacos de pano para a feira. Para os medir, utilizava umas pequenas caixas cúbicas de madeira. Fossem temporões ou serôdios, sementes de nabo era com ele! Na feira de Aguiar da Beira, montava a sua bancada, que não ocupava mais de um metro quadrado, mesmo ao lado dos relógios, anéis e cordões de ouro do senhor Pereirinha, e com o cruzeiro dos centenários à ilharga. O pai, António Oliveira, conheci-o mais tardiamente. Já nos meus tempos de adolescência, depois da revolu...

Ivon Défayes: partiu um bom gigante.

  Ivon Défayes: um bom gigante!  Conheci-o em finais dos anos oitenta. Alto e espadaúdo. Suíço de gema. Do cantão do Valais. De Leytron.  Professor de profissão, Ivon Défayes era meigo, afável e dado. Deixava sempre à entrada da porta qualquer laivo de superioridade ou de arrogância e gostava de interagir, de comunicar. Gostava de uma boa conversa sobre Portugal e sobre a terra que o recebeu de braços abertos, a pitoresca aldeia do Tojal, que ele adotara também como sua pela união com a Ana. Ivon Défayes era genuinamente bom, um verdadeiro cidadão do mundo, da globalidade, mas sempre um intransigente cultor do respeito pela biodiversidade, pelo ambiente, pelas idiossincrasias locais, que ele pensava e respeitava no seu mais ínfimo pormenor. Bem me lembro, aliás, das especificidades sobre os sons da noite que ele escrutinava, vindos da floresta, da mata dos Penedinhos Brancos – das aves, dos batráquios e dos insetos – em algumas noites de verão, junto ao rio Sátão. B...