Eu li.
Eu devorei.
Eu gostei.
Viajei por regiões de França que conheço bem, sobretudo por
motivos profissionais. Descobri com prazer aldeias de Portugal, apesar de serem
próximas da zona das minhas raízes.
A primeira parte, sobre o êxodo e a vida no estrangeiro,
mantém-se muito fiel às experiências da maioria das famílias dilaceradas pela
separação e a aventura do emigrante que fugiu "a salto", arriscando a
sua própria vida. Gradualmente e com habilidade, o autor constrói o enredo que
se desenvolve como um fio de Ariana, de maneira quase jurídico-científica, na
segunda parte.
O resultado é um belíssimo romance que presta uma justa
homenagem àqueles genericamente chamados de "imigrantes", enquanto
emigrantes, que cresceram durante uma época pouco gloriosa da história
portuguesa: a ditadura e a pobreza. Uma história envolvente, narrada com uma
precisão meticulosa, que dá vontade de descobrir na íntegra desde as primeiras
páginas. Recomendo vivamente.
Os meus sinceros parabéns ao autor, Acácio Pinto, a quem
dirijo os meus melhores votos de sucesso neste período de divulgação da sua
última obra. Agradeço também a gentileza dos nossos contactos na altura da
minha pesquisa do livro. Descoberta que, sem a mínima dúvida, despertou a minha
curiosidade para ler os outros dois romances do autor o mais rapidamente
possível.
