Neste seu último livro, Quando Voltámos a Acreditar no Amor, Júlio Magalhães traz-nos uma história de amor em tempo de guerra colonial.
Este livro, que se passa em 1965, leva-nos até aos corredores do poder, até São Bento, onde pontificava Salazar, e até à guerra colonial em Angola.
É um livro que se alimenta desse contexto, de bastidores da política orquestrada a partir de São Bento e do trabalho da PIDE. Esta, no seu trabalho quotidiano, controla a comunicação social e combate a oposição, eliminando os seus elementos mais influentes. Neste Quando Voltámos a Acreditar no Amor, Júlio Magalhães leva-nos também aos meandros das ações bélicas dois dois lados da contenda contra.
Está claro que no romance acontecem histórias de amor, paixões, um rapto e muitas intrigas entre diversas figuras históricas do regime e entre as personagens ficcionadas. Através delas o autor de uma época importante da nossa história.
Há neste romance duas personagens preponderantes e duas secundárias, entre muitas outras. As preponderantes são o fotógrafo oficial de Salazar e uma enfermeira paraquedista. O primeiro é incumbido por Salazar para integrar uma missão a Angola e a segunda assume uma rutura cultural e política com a sua família. As duas secundárias são um agente da PIDE, da linha dura, e um cantor nacional de renome.
Para além de ficarmos a conhecer melhor o contexto
socioeconómico e político da época, é um romance que se lê com agrado. Permite-nos viajar no tempo e no espaço e, no final, surpreende-nos com vários
e inesperados acontecimentos.
Título: Quando Voltámos a Acreditar no Amor
Autor: Júlio Magalhães
Editora: Planeta
Páginas: 336