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"A lesma arrasta-se": os versos inconformados e inconformistas de Arimateia


Depois do Livro venenoso, Eduardo Arimateia oferece-nos A lesma arrasta-se, mais uma incursão na poesia, com a mesma escrita metafórica e ousada.

E, se no seu primeiro livro bebemos o ‘veneno’, servido em doses elevadas, agora também não é só a ‘lesma’ que se arrasta. Somos rojados para quotidianos informes e confrontados com os confins de memórias profundas. Para audiências nuas a passados que tantas vezes nos assolam e nos atolam o pensamento.

E é neste dédalo da vida que nos vamos movendo, quais lesmas, em busca da intangível felicidade.

São versos inconformados e inconformistas, ácidos. São olhares do avesso, traçados de viés, oblíquos, que se esvaem pelos poros de uma vida crua. Cruel?

Aqui e ali a doçura, mais adiante a nostalgia e além os indecifráveis e arcanos saberes do tempo.

Arimateia é mesmo assim! É uma caixa. Uma bateria de sons. De palavras que se libertam em compassos imprevisíveis. De vozes fundas de seres que nos habitam nas entranhas e que se libertam em busca da perenidade.

Ora ouça: “Não sei / Se conheces / Aquela cova / Que te está destinada.” – pág. 34.

Titulo: A lesma arrasta-se

Autor: Eduardo Arimateia

Páginas: 56

Editora: Gato Bravo

Recensão de Acácio Pinto

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