Os problemas relacionados com a colocação de professores
eclodiram em todo o país. O distrito de Viseu também não foi exceção e foram
muitos os alunos que durante um mês estiveram e muitos outros “manter-se-ão”
sem aulas.
Os exemplos são muitos e em todos os concelhos do distrito há
problemas, nomeadamente nas escolas TEIP ou com contrato de autonomia. Desde
Cinfães, a Moimenta da Beira ou desde Vouzela a Viseu, eram muitos os
professores por colocar e nem mesmo esta última colocação, a da semana passada,
de dia 10 de outubro, deixou as coisas resolvidas.
Se no princípio foram os atrasos, os atropelos à lei e os
erros matemáticos na fórmula de ordenação, agora foram as colocações em
duplicado, triplicado e sei lá que mais, a inquinar este processo. Ou seja, um
professor colocado, por exemplo, em sete escolas, só aceitará uma e ficarão
seis horários sem o seu contributo profissional.
Se tudo quanto se passou até agora não chega para Nuno Crato
se demitir, ou ser demitido, então que mais é necessário que aconteça?
Esta é a pergunta que a comunidade educativa e os
portugueses em geral se colocam ante a falência deste modelo de colocação de
professores inventado por Nuno Crato.
E o problema desta situação é que depois de um mês perdido
ainda se não vislumbra luz ao fundo do túnel.
Não há, portanto, memória de uma tal catástrofe a nível da
colocação de professores em Portugal no arranque de um ano letivo.
Neste momento já lá vai um terço do primeiro período em vão.
Das treze semanas letivas já passaram quatro sem aulas para milhares e milhares
de alunos. Ora, isto é de uma enorme gravidade para as aprendizagens dos alunos
e para o consequente cumprimento dos programas pré-estabelecidos.
Estamos a viver tempos negros para a educação em Portugal e
já não é só o PS a dizê-lo, é toda a sociedade portuguesa, da esquerda á
direita, com vozes particularmente críticas também na área da maioria.
Podemos dizer mesmo que Nuno Crato já só é ministro da
educação para Passos Coelho, talvez por não encontrar um substituto. Para os
portugueses ele já é o ex-ministro da educação.
Estamos perante uma grave irresponsabilidade por parte do
governo ao deixar protelar esta situação. É uma teimosia que está a gerar
graves prejuízos para os professores, mas sobretudo graves prejuízos para as
aprendizagens dos alunos.
Entendemos mesmo que, face a esta inação de Passos Coelho, o
presidente da República deveria falar pois está em causa um atentado, um crime
político, contra a educação em Portugal.
Se ninguém intervier os alunos “manter-se-ão” sem aulas!
Acácio Pinto
Diário de Viseu