Intervenção, no plenário, durante o debate de urgência sobre educação, que ocorreu no dia 17 de maio.
Guião da intervenção:
«Quero falar-lhe, hoje, de portugueses.
De milhares de portugueses que as políticas públicas de educação deviam visar, mas não o estão a fazer.
De portugueses que por vicissitudes diversas tiveram que abandonar a escola. Que não concluíram a escolaridade obrigatória.
E não lhe vou falar, hoje, dos mais de dois milhões de trabalhadores que não têm ensino secundário e que precisam de respostas, que este governo extinguiu. Isso fica para outra altura.
Quero trazer-lhe, hoje, um outro número, mais gritante: 474.483 portugueses, na faixa etária dos 15 aos 34 anos, que à data dos censos de 2011 atingiram, como máximo de escolaridade, o 2º ciclo. Repito: o 2º ciclo, quando a escolaridade básica, para estes portugueses, era de 9 anos, 3º ciclo.
Qual a palavra que o senhor ministro e, já agora, o senhor primeiro-ministro, o PSD e o CDS, têm para estes portugueses? Para a sua qualificação? Para a certificação dos seus saberes e conhecimentos?
Ainda acha que temos professores a mais?
Ou não será que temos alunos a menos?
Ou quer continuar a negar a estes portugueses o direito indeclinável à formação?
Seja claro, senhor ministro.
Seja objetivo. Não se refugie em abstrações.»