Mais uma vez a maioria PSD/CDS prepara um ataque ao interior
do país, nomeadamente a Viseu, ao querer diminuir o papel desenvolvido pelo ensino
superior politécnico. É o que tentará fazer com a proposta de resolução 688/XII,
agendada para debate na AR, para dia 8 de maio. Os deputados do PS eleitos por Viseu, José Junqueiro, Acácio Pinto e Elza Pais, vêm por este meio
denunciar e opor-se a mais um ataque a Viseu e à região.
A clarificação das missões dos dois subsistemas é uma coisa,
anular um deles é outra. A natureza das universidades, em nada colide ou
sobrepõe à orientação dos politécnicos na sua vertente mais profissionalizante,
de investigação aplicada, estruturante para o desenvolvimento regional,
nomeadamente na sua ligação, parceria e suporte às empresas.
Os politécnicos devem manter o grau de mestre e licenciado e
não apenas resumir-se ao ensino superior curto. Perder os mestrados seria
desqualificar os politécnicos e comprometer a investigação, delapidando um
capital científico que, no caso de Viseu, se traduz numa maioria absoluta de
doutorados.
“Nos politécnicos do interior, nomeadamente em Viseu, os
mestrados são necessários para os trabalhadores licenciados que pretendam obter
uma especialização. Estes, por estarem a trabalhar, não podem deslocar-se
diariamente mais de 100 km para frequentarem a universidade mais próxima.
No IPV, 55 % dos alunos são de Viseu, dos quais 44 % são
estudantes trabalhadores. Assim, 35 % dos alunos não iriam estudar se não
existisse o IPV. O custo por aluno na universidade é de 3500 euros. No
politécnico de 2400.
Não há vantagens financeiras para o pais deslocar alunos dos
politécnicos para as universidades, a não ser que se pretenda que desistam os
que não se possam deslocar. Neste caso afastamo-nos ainda mais das metas da
UE.”
O CNE já tinha demonstrado no seu último relatório sobre o
estado da Educação que o orçamento para esta área em 2012 regrediu para os
níveis de 2001.
Viseu conhece bem o drama económico e a tragédia social em
que o governo, nomeadamente através do ministério da Economia, lançou a região.
Desemprego, insolvências e falências batem máximos históricos da democracia. A
eliminação de todos os incentivos fiscais ou o IVA máximo na restauração, no
gás e eletricidade para os particulares e empresas espelham bem a
insensibilidade e incompetência do ministério da Economia.
Os deputados socialistas estão solidários com as posições do IPV e da AIRV. Dizem claramente
a Viseu, ao IPV, às forças vivas e aos viseenses que condenam e votarão contra esta intenção da maioria PSD/CDS.
Os deputados do PS eleitos por Viseu:
José Junqueiro, Acácio Pinto, Elza Pais