Os problemas na área da saúde no
distrito de Viseu são imensos.
Para além dos
problemas relacionados com o inadmissível aumento das taxas moderadoras que
afetam todos os portugueses que têm que se deslocar a unidades de saúde, os
viseenses estão
confrontados com graves problemas concretos.
1. A falta de médicos é um problema que
atinge todo o distrito mas que atingiu as raias do inadmissível no
concelho de Tondela, onde há 15.000 utentes sem médico de família. Pessoas
a ir para a porta dos centros de saúde de madrugada é vulgar no
concelho e um pouco em todo o distrito. Degradante e indigno. Mas a falta de
enfermeiros é também uma evidência.
E não fosse o empenhamento dos
profissionais de saúde a questão atingiria
as raias do escândalo, uma
vez que o planeamento e a coordenação, da ARS centro e do governo, é inexistente.
2. Apesar da questão colocada pelos
deputados do PS ao ministro da saúde o que é facto é que ainda não foi obtida
resposta sobre o centro de radioterapia a construir no hospital de Viseu, cujo
projeto o governo anterior deixou concluído e pronto a avançar.
Já lá vão dezassete meses de governação e o governo
através do ministério da saúde não deu
qualquer explicação para um
problema grave que afeta os doentes oncológicos da região que têm que andar
horas e horas, semanalmente, a ser transportados de ambulância para a
radioterapia em Coimbra, pese embora a sua frágil situação de saúde.
3. O novo hospital de Lamego já deveria ter
entrado em funcionamento há um ano atrás. Era isso que estava previsto no respetivo concurso. Porém, hoje,
ainda não se sabe
quando tal equipamento será colocado ao serviço das populações e mais, não se sabe o
que se passa com as especialidades que para aquele hospital estão previstas.
Para além disso as
cirurgias têm vindo a ser
colocadas em causa e não se conhece
nenhuma posição concreta
sobre toda a funcionalidade do hospital.
4. Para além de tudo
isto são evidentes
os problemas existentes a nível da entrada em funcionamento de unidades de saúde familiar,
de contratualização com
unidades de cuidados continuados já concluídas, afinal de subfinanciamento do
serviço nacional de
saúde.
O governo deve uma explicação aos
portugueses em geral e aos viseenses em particular. Morrer não pode ser a
solução para os
problemas que afetam a saúde.
Acácio Pinto
Notícias de Viseu | Jornal do Douro