O governo terá a firme oposição do
partido socialista, mas também das populações, para este feroz ataque que está
a ser desferido contra todo o país, mas de uma forma especial contra o interior
de Portugal e que este orçamento ainda mais vem agravar.
Centremo-nos na nossa região onde
esta questão é uma evidência que atravessa todas as áreas da governação.
Então vejamos.
Nas autarquias, é incompreensível
a extinção de freguesias que este governo está a levar a cabo rompendo, de uma
forma unilateral e cega, a relação de proximidade que as freguesias,
nomeadamente as mais rurais e de interior, estabelecem com as populações sendo
mesmo o primeiro elo do estado para a resolução dos seus problemas.
Na saúde, o governo não dá
resposta para a falta de médicos de família nos centros de saúde atingindo-se a
situação inadmissível de termos concelhos com mais de 50% da sua população a
descoberto de médicos. Igualmente não encontramos qualquer resposta para os
doentes do foro oncológico uma vez que este governo, em funções há dezassete
meses, ainda não avançou com a construção do centro de oncologia no hospital de
Viseu cujo projeto o governo anterior deixou concluído.
Nas acessibilidades o que sabemos
é que nenhuma avançará pese embora o facto de alguns dos atuais governantes
naturais da região, à época deputados, terem enchido a boca com a exigência das
mesmas para “ontem”.
Na dinamização da economia e nos
apoios às empresas que assumem o risco e o mérito de se fixarem no interior
aquilo que foi a primeira medida deste governo foi a de terminar com os
incentivos fiscais de que estas dispunham em sede de IRC e a do aumento do IVA
da restauração.
Nas florestas, é inadmissível esta
deriva do governo de querer permitir transformar o país num eucaliptal sem controlo
o que é uma séria ameaça ao equilíbrio ecológico e à agricultura.
Na educação, a seletividade que
perpassa pelas medidas do governo não pode ter o nosso acolhimento. Seja no
aumento do número de alunos por turma, seja no encaminhamento precoce de alunos
para vias vocacionais, seja na impossibilidade prática de aceder ao ensino
recorrente, seja no estreitamento do currículo.
Na segurança social não podemos
compactuar com a opção assistencialista deste governo, com o ataque aos
rendimentos dos pensionistas e reformados e com a falência, em curso, de todo o
sistema de segurança social.
Poderíamos continuar com outras
inventariações, porventura até mais enfáticas, pensamos porém que estas traduzem
bem a incompetência e a mentira deste governo que se rendeu a ser o longamanus de Merkel e dos interesses
dos negócios e da finança.
Não contem com o PS para este
assassinato do interior que está a ser perpetrado pelo PSD, pelo CDS e pelo
governo.
Acácio Pinto
Notícias de Viseu | Jornal do Douro