O Estado Português, em 2010, não só vai cumprir a sua meta orçamental de 7,3% como vai ficar claramente abaixo desse valor.
Ou seja, Portugal, a este nível, foi dos países da União Europeia que mais reduziu o seu défice durante o ano transacto.
E este era um objectivo que era considerado como dificilmente atingível aquando do seu estabelecimento. É, assim, mais um bom indicador de que os portugueses, todos, fizeram um grande esforço de contenção e de poupança e simultaneamente estamos a assistir a alguma recuperação da economia, sobretudo, no sector das exportações.
Nada está ganho e nada está resolvido perante mercados “irracionais”. Mas a verdade é que os sacrifícios tiveram e terão um sentido na linha de restabelecer a confiança na economia e nas finanças públicas portuguesas. Seguirão, pois, por mau caminho aqueles que continuarem a deliciar-se sempre que em cima da mesa é colocada a possibilidade de qualquer ajuda externa. Revelam uma grande insensibilidade política e uma enorme falta de auto-estima em Portugal e nos portugueses, quiçá alguma míngua de patriotismo.
Mas há uma coisa que nunca se deverá esquecer. O poder, em democracia, só se exerce depois de se ganharem eleições. Não basta deitar os Governos abaixo.