Depois de elogiar José Junqueiro e João Azevedo, José Sócrates efectuou uma intervenção no comício de Mangualde, no dia 21 de Agosto, perante milhares de pessoas presentes, em que deu conta do muito que o Governo tem vindo a fazer nas áreas da educação, saúde, energias renováveis, tecnologias, investigação científica, não esquecendo a recente criação de 300 postos de trabalho na fábrica da Peugeot-Citroen de Mangualde.
De seguida criticou fortemente a instabilidade e a crise que o PSD quer lançar no país, que apelidou de uma grande leviandade e irresponsabilidade política, dizendo que o PS não cede a chantagens nem a ultimatos. O PS ganhou as eleições e está, responsavelmente, a governar, ao contrário do PSD que mais parece um partido de responsabilidade limitada, pois ainda há escassos meses aprovou o PEC que agora quer contrariar.
Igualmente criticou a proposta de revisão constitucional do PSD e as suas linhas liberais, como são os casos da educação, saúde e os despedimentos. O PSD quer desmantelar o Serviço Nacional de Saúde, quer acabar com a Escola Pública de qualidade e quer liberalizar, pela via constitucional, os despedimentos dos trabalhadores.
Terminou dizendo que não contarão com o PS para esta deriva radical e extremista do PSD para rever a Constituição. O PS não estará ao lado de quem quer acabar com estas conquistas que tão caras são aos portugueses.
É, pois, chegado o momento de nos começarmos a definir sobre estas matérias. E a voz das pessoas é muito importante. Todas as opiniões contam e todos teremos que dizer com força de que lado da barricada estamos, se do lado da ganância daqueles que se querem sentar à mesa do orçamento para o assaltarem e tudo privatizarem, que o PSD está a encarnar, se do lado do PS e daqueles que defendem a manutenção da justiça social e de um estado regulador e solidário.
Era também importante conhecer o pensamento dos políticos sociais-democratas da região sobre estas matérias, alguns deles que tão apressados apareceram a carpir a desgraça alheia e a atacar despudoradamente aqueles que só são seus adversários, mas que prezam a coerência.