Guterres salvou as gravuras da morte anunciada. Não sei se se lembram, mas nos anos 90 do século passado, por decisão de um governo de Aníbal Cavaco Silva, estava prevista para aquele local uma barragem que iria submergir as gravuras do Côa para a eternidade, pois elas não sabiam nadar.
Guterres não se conformou e disse alto e bom som, em plena campanha eleitoral, que com ele a barragem não iria avante. E não foi. Ganhámos as gravuras, ganhámos um património para a humanidade e ganhámos uma rota de desenvolvimento no interior de Portugal, no Douro profundo mas sempre muito belo.
Agora, pela mão de outro socialista, também Primeiro-Ministro, José Sócrates, é o Museu do Côa que é inaugurado. Precisamente o Museu que vai constituir-se como o centro nevrálgico de todo este processo. O local que vai abrir caminhos aos peregrinos da cultura, aos procuradores de espaços de regresso àquele ontem que nos catapultou até ao hoje e agora.
Julgo não errar se disser que estes são os momentos mais empolgantes de uma governação. Sentir que as nossas decisões se constituem como marcos de futuro, como padrões civilizacionais.
Pode a oposição continuar com as críticas que entender, mas há uma coisa que não conseguirá apagar da memória dos portugueses em geral e dos durienses em particular, que é a maior aposta de sempre, pela mão de Governos socialistas, no Douro: Museu do Douro e Museu do Côa, Estrutura de Missão do Douro, Douro Património da Humanidade, A24 a norte de Viseu, Auto-estrada Vila Real a Bragança, IP2 de Bragança à Guarda e Turismo do Douro.