Necessitado de férias, Pedro Passos Coelho (PPC), fez uma recente incursão na Meseta Castelhana, mais concretamente, em Madrid, incumprindo, desde logo, com aquele “patriótico” apelo presidencial de faça férias cá dentro.
E vai daí, ante os seus neoliberais “hermanos” do PP, em obediência aos seus “political trainers”, ei-lo, na capital do Reino de Espanha, acocorado, a fazer uma solene declaração aos media.
E o que disse? Que estava contra a utilização pelo Governo do seu país da Golden Share na PT, ou seja, que estava, objectivamente, contra os interesses de Portugal.
Numa altura em que o Governo o que fez foi defender os interessas nacionais do ataque que a Telefónica está a fazer à participação da PT na Vivo, para assim alargar a sua influência Brasil, em detrimento da empresa portuguesa, temos PPC em Madrid a “amanteigar os espanhóis” (expressão de Marcelo Rebelo Sousa, também crítico), condenando as opções legítimas do Governo português.
E já agora, importa, por justiça para com a história dizer o seguinte:
1. A actual Golden Share foi colocada nos estatutos da PT por um Governo do PSD, em que era Primeiro-Ministro Cavaco Silva (e Durão Barroso era Ministro dos Negócios Estrangeiros).
2. Se o PSD não concordava com a dita o que tinha a fazer era acabar com ela quando foi Governo entre 2002 e 2005, sendo que Durão Barroso foi Primeiro-Ministro de um desses Governos.
3. Os investidores da PT, todos, sabem da existência da Golden Share. Ou não conhecem os estatutos?
Se já conhecíamos toda a deriva neoliberal da direita e do ataque que tem vindo a fazer ao Estado Social (saúde, educação, segurança social) ficamos agora também a saber que PPC entre a defesa dos interesses nacionais num sector estratégico como é o das telecomunicações, opta por defender uma posição favorável aos interesses de uma empresa do mesmo sector de um país estrangeiro.
Mais cedo ou mais tarde as máscaras caem, como se vê, e os portugueses têm a oportunidade de conhecer a verdadeira essência destes políticos que fazem gala a dizer que nunca passaram pelo Governo… Antes tivessem passado! Talvez pensassem mais pela sua cabeça!