Passaram, esta semana, os primeiros 100 dias de Governo. A conjuntura é outra e as exigências, sendo as mesmas de sempre, carecem de outra metodologia para serem cumpridas.
Sobre a conjuntura diferente, de maioria relativa, José Sócrates deu logo no início, em Outubro, mostras de querer governar em diálogo com a oposição. Estiveram, na altura, todos indisponíveis, só se mostrando receptivos a tal, a partir do apelo do PR, no início do ano novo.
Mas o diálogo, a partir de agora, exige a assumpção de responsabilidades. O ponto de partida e as estratégias de cada partido eram conhecidos e portanto não adianta fazer discursos de acordo com as circunstâncias. Todos bem sabemos que para o PSD, por exemplo, a redução da dívida pública era uma questão fulcral, ao contrário do PS. Mas diálogo é diálogo e a democracia, nesta conjuntura, para funcionar, exige cedências recíprocas.
Agora o que não se pode é vir dizer, por um lado, que se quer reduzir a dívida pública e, por outro, dizer que as concessões rodoviárias não se fazem. Dizer que queremos baixar a dependência financeira do exterior e, por outro, zurzir no Governo por não fazer algumas das acessibilidades regionais que estavam no seu programa.
Isso é que não seria sério e comprometeria a credibilidade dos políticos.
Sobre as exigências importa dizer que, em tempos de crise internacional, o Governo não virou a cara à luta e nestes 100 dias lançou diversas e fundamentais medidas: inúmeras medidas de apoio às empresas exportadoras; estágios profissionais para combater o desemprego jovem e qualificar as entidades que os admitem (Inov export, Inov social, estágios para as autarquias); continuação do programa de energias renováveis e de requalificação das escolas; acordo com os professores; aumento do salário mínimo para 475 euros; unidade de produção de baterias para carros eléctricos; aumento da rede de cuidados continuados e de equipamentos sociais que no nosso distrito aumentarão para mais de 450 camas a cobertura destes cuidados; lançamento da Barragem de Ribeiradio; quartéis de bombeiros novos ou ampliados em Nelas, Cabanas, Viseu, Vouzela e Resende…
Enfim, não querendo ser exaustivo, direi que o Governo tem vindo a cumprir com a sua obrigação: responder aos problemas de Portugal e dos portugueses, em diálogo e com sentido de responsabilidade.