Portugal Wine Castas e Quinta de Lemos promoveram jantar vínico

A garrafeira Portugal Wine Castes, sedeada junto à estação agrária de Viseu, propriedade de Manuel Figueiredo, levou a cabo mais um jantar vínico, desta feita em parceria com a Quinta de Lemos, uma “quinta-jardim” da família Lemos, com 25 hectares, situada na região demarcada do Dão, na freguesia de Silgueiros, concelho de Viseu.
Foi com esta parceria, entre uma garrafeira de excelência e um vinho igualmente de excelência, produzido na mais antiga região produtora de vinho de Portugal, que os comensais puderam navegar pelos prazeres dos paladares e dos aromas, com a Sé de Viseu como quadro natural em fundo.
Para acompanhar as entradas, sempre tão importantes em qualquer atividade humana, como preparação para o trabalho principal que se avizinha, a Quinta de Lemos apresentou o Alfrocheiro 2010, um tinto de cor vermelha rubi, bem elegante e aveludado. Um vinho bem apreciado e repetido por todos, ao ritmo das fartas e múltiplas iguarias que a gastronomia do Dão sempre “cultiva” e apresenta com elevada qualidade.
Com o creme de espargos a Quinta de Lemos, através de Hugo Chaves, o enólogo e compositor dos néctares da quinta, propôs um Jaen 2007, um vinho tinto de uma casta nem sempre bem-amada no Dão, mas que nesta versão mostra, como dele alguém disse, elegância e vigor, sendo um vinho de elevada qualidade.
Mas foi no D. Santana 2007, o vinho que entrou de mão dada com o bacalhau com broa, que a arte do enólogo entrou pela casa dentro de todos, através das palavras, dos aromas e dos paladares que o enólogo Hugo Chaves ali deixou. Com muita segurança e assertividade, Hugo Chaves partilhou com todos algumas das subtilezas da arte da “construção” do vinho, desde a vinha até à garrafa. Falou das uvas, poucas, que se deixam em cada videira para aumentar a qualidade, da maturação das ditas, da vindima muitas vezes noturna para que o sol quando muito duro e a pique não altere as fermentações, das castas da quinta, do envelhecimento, falou da família produtora e da simbologia das marcas, falou afinal de toda uma orquestra que é preciso ensaiar em bastidores para que a garrafa que chega à mesa possa ser um cofre onde se esconde muito mais do que um vinho.
De seguida surgiu o cabritinho assado com batatas assadas e aqui a opção foi pelo Touriga Nacional 2009, um vinho produzido a partir da casta mais nobre do Dão, bem frutado e que deixou um travo longo e sedoso.
E contrariando a ideia de “não regressarmos ao sítio onde fomos felizes”, o Hugo Chaves, o winemaker da Quinta de Lemos, e o Manuel Figueiredo, o anfitrião, da garrafeira Portugal Wine Castes, propuseram novamente o regresso ao Alfrocheiro 2010, para acompanhar a fruta laminada, os doces e a tábua de queijos. E fizeram bem, numa demonstração de que é sempre possível contrariar as ideias feitas e conceber novas, aveludadas, longas e sedutoras ideias em torno de um vinho com caráter como é o caso do Alfrocheiro 2010.
A música é sempre um bom complemento, mas de forma especial quando os participantes colocam as suas cordas vocais ao serviço do todo.

Nota: Com o cabritinho assado o D. Georgina 2009 também teria feito um “perfect wedding”.