Viseu: Deputados e concelhia do PS dedicaram dia à saúde

Os deputados José Junqueiro, Elza Pais, Acácio Pinto e a presidente da concelhia do PS, Adelaide Modesto, reuniram com o INEM e a Ordem dos Médicos numa ação dedicada à Saúde, no dia 26 de janeiro, e puderam constatar que o centro hospitalar em Viseu continua sem espaço para permitir funcionar, com eficiência para os profissionais e dignidade para os utentes, os serviços de urgência, INEM incluído.
A situação é antiga, já fora sublinhada em 2014, mas permanece com o mesmo grau de dificuldade. Apesar de diligências do Conselho de Administração o Governo, através da ARS, ainda não deu luz verde para as obras.
No INEM, tal como referiu o seu presidente Paulo Campos, urge criar um “regime de exceção na contratação de técnicos para atenuar a atual falta de recursos humanos” estabilizados na resposta a casos de emergência médica.
Quando, como definiu o Governo, recursos especializados em trabalho na urgência têm de suspender a sua atividade para se constituírem em equipas INEM algo fica em falta. É como um lençol curto que para tapar a cabeça destapa os pés.
Picos de urgência, por norma, ocorrem com maior intensidade entre 15 de Dezembro a 15 de Fevereiro. Este ano 2014/2015 o caos vivenciado nas urgências nacionais, ocorre por vários fatores, alguns de índole médico/científica, outros de carácter político/sociológico:
1) Falência da vacina da gripe;
2) Antibióticos genéricos (não se questiona o princípio ativo mas sim a intensidade verificada nesse medicamento, versus controlo de qualidade do Infarmed);
3) Fecho de centros de saúde e atendimento - o efeito da centralização: a falsa ideia de poupança que aumenta os custos com recursos humanos, físicos e médico medicamentosos, assim como, tempo em transporte. Dever-se-ia apostar na discriminação positiva através do incentivo na procura de centros de saúde e de atendimento, pela diminuição temporária ou ausência de taxas moderadoras nesses locais;
4) Fator sociológico - 3a geração de emigração que deixou "ao abandono" uma população envelhecida;
Foram também abordados os constrangimentos nos cuidados continuados, nomeadamente a impossibilidade de prescrição de medicamentos e a ausência de autonomia na sua administração aos doentes, o que acaba por contribuir para o congestionamento das urgências.
Conclui-se por um desinvestimento na saúde, com precarização da mão-de-obra que roça a indignidade (médicos tarefeiros contratados através de empresas de "trabalho temporário), ausência e desestruturação da carreira médica e de perspetiva para os jovens médicos, que culmina em emigração médica.
A aposta do Governo em empresas de trabalho temporário é prejudicial para todos, não só pela iniquidade nos pagamentos, mas, sobretudo, porque a atividade de “tarefeiro” não gera sinergias, nem a proximidade necessária aos doentes.

Subversão do sistema: Ausência de carreiras, falta de equidade no valor da hora extraordinária; contratos individuais de trabalho com 18h de urgência semanais. Sugerem-se, entre outras medidas: articulação entre cuidados hospitalares, primários e continuados; "valorização fiscal" para as famílias socialmente responsáveis que assumam a posição de garante e cuidador dos seus idosos; novos horários em centros de saúde estrategicamente localizados, entre outros.