Debate na AR em torno do livro "A crise, a troika e as alternativas urgentes"

Teve lugar na biblioteca da Assembleia da República, no dia 6 de novembro, um debate em torno do livro "A crise, a troika e as alternativas urgentes" que juntou dois co-autores, o Pedro Delgado Alves e o José Guilherme Gusmão e quatro convidados: João Cravinho, Isabel Moreira, João Pinho Almeida e Otávio Teixeira.
Foi uma excelente iniciativa que, embora com perspetivas diferentes, deixou aos presentes uma visão global sobre a crise, olhada sob diversificados ângulos.
E se a convergência quanto às grandes linhas das suas causas foi notória, já as saídas não foram unânimes. Desde a impagabilidade da dívida, à saída do euro, à reconfiguração da estratégia europeia e nacional, foram temas que foram trazidos para debate e foram, naturalmente, diversos os olhares.
Sobre o livro deixo algumas opiniões:
«O presente livro vem animar as controvérsias acerca do programa de ajustamento imposto a Portugal pela Troika. Enfileira no grupo dos que criticam vivamente aquele programa e dos que sustentam que, para se sair da crise, se deverá ir por caminhos radicalmente diferentes dos que têm estado a ser percorridos. Fá-lo com base numa análise de elevada qualidade técnica e com melhor fundamentação do que a maioria dos que advogam posições semelhantes.» José da Silva Lopes, Economista, ex-Governador do Banco de Portugal, ex-Ministro das Finanças e do Plano e ex-presidente do Conselho Económico e Social.
«A recusa da opressão, da desvalorização económica e da destruição social faz-se com ideias e com ação coerente. E com opções claras. Este é um livro de análise profunda, pensamento original e propostas mobilizadoras. Há, pois, alternativas.» José Reis Economista, Professor Catedrático da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra.
«Assumindo, empenhadamente, o seu contributo para a construção de programas alternativos às atuais políticas, os autores analisam, com verdade, origens, causas, responsabilidades e consequências dos problemas que estão a tolher o nosso futuro coletivo. Este exercício é primordial para que os cidadãos não fiquem prisioneiros do “falso moralismo” e da “autoculpabilização” a que vêm sendo sujeitos e situa-nos nos desafios que é preciso encarar e assumir.» Manuel Carvalho da Silva, Sociólogo, Coordenador do Observatório sobre Crises e Alternativas.