[opinião] Nova ligação Sátão-Viseu: em nome da verdade!

O secretário de estado das obras públicas, transportes e comunicações decidiu, numa sessão pública realizada na câmara de Sátão, recentemente, dizer que a culpa, para o facto de a nova estrada Sátão-Viseu não estar executada, era do anterior governo.
Pois bem, o que era esperado pelos satenses, a começar pelo presidente da câmara que o interpelou sobre a matéria, era que Sérgio Monteiro, tivesse aproveitado a oportunidade para dizer quando iria executar tal acessibilidade e assim resolver um grave problema para os satenses e para os residentes nos concelhos adjacentes.
Isso, sim, seria de bom senso.
Ao invés, Sérgio Monteiro preferiu lançar um labéu sobre o anterior governo para tentar escamotear a sua responsabilidade e a do seu governo nesta matéria.
Vamos aos factos.
O governo anterior deixou o estudo prévio concluído e, nessa sequência, o processo de avaliação de impacto ambiental foi iniciado em 29 de junho de 2011, escassos oito dias depois deste governo estar em funções.
Ora, a decisão de conformidade e a discussão pública estavam previstas para estar concluídas até final de 2011 e a emissão da DIA (declaração de impacto ambiental) estava prevista para fevereiro de 2012, segundo reza a resposta do governo a uma pergunta dos deputados do PS de outubro de 2011.
Estando nós hoje em junho de 2013, mais de ano depois da emissão da prevista DIA , o que os satenses sabem é nada sobre esta nova ligação entre Sátão e Viseu.
E isto é tanto mais grave quanto este governo não responde desde 21 de fevereiro de 2013 aos deputados do PS sobre esta matéria, pese embora o facto de o regimento o obrigar a fazê-lo, ou a justificar a não resposta, no prazo de 30 dias.
Poderia, portanto, o secretário de estado ter aproveitado esta sessão para se ter informado detalhadamente sobre esta matéria, deixar-se de “pingue-pongue” político, e trazer as respostas que os satenses dele esperavam. É que mais importante do que dizer que se fala “olhos nos olhos” é cumprir com as suas obrigações legais, como a de dar respostas aos deputados e ser objetivo face aos problemas concretos.

É que, com este comportamento, o secretário de estado não desrespeitou os deputados e autarcas do PS, que tudo têm feito na defesa desta acessibilidade, ele, sobretudo, desrespeitou os autarcas dos partidos que sustentam o seu governo que, diga-se em abono da verdade, não têm, também, baixado armas nesta luta. Mas, acima de tudo, ele desrespeitou as populações.
Acácio Pinto
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