António José Seguro no debate da moção de censura: "Este governo chegou ao fim".

LUSA (2013.004.03) - O secretário-geral do PS afirmou hoje que apresenta a moção de censura ao executivo PSD/CDS por "dever patriótico" e que os socialistas assumem "com clareza" a responsabilidade política de liderar um novo Governo no país.
Estas posições fizeram parte do discurso com que António José Seguro abriu o debate da moção de censura do PS ao Governo na Assembleia da República.
"Há uma primavera política a despontar, há um abril de novo a nascer", disse o secretário-geral do PS no final da sua intervenção, que durou cerca de 14 minutos, já depois de ter frisado que o seu partido "assume, com clareza", a responsabilidade de querer liderar o novo Governo de Portugal".
A primeira parte da intervenção do líder socialista foi dedicada à justificação dos motivos subjacentes à apresentação da moção de censura ao executivo liderado por Pedro Passos Coelho.
"É por dever patriótico que censuramos este Governo. Um Governo que chegou ao fim, um Governo esgotado, um Governo derrotado, um Governo isolado, um Governo falhado, um Governo fracassado", apontou.
Para o secretário-geral do PS, "fracasso é a imagem de marca deste Governo".
"Fracasso total, pois não acertou uma única meta, nem acertou um único resultado. Exigir pesados sacrifícios aos portugueses nunca foi problema para este Governo, mas na hora de mostrar resultados o Governo refugiou-se em desculpas, alienou responsabilidades e escondeu-se atrás da crise internacional que antes tinha renegado e agora lhe dá jeito invocar", criticou.
Entre vários exemplos de diferença entre os resultados financeiros atingidos e as previsões feitas, António José Seguro apontou o caso das estimativas sobre o crescimento feitas a partir de 2012.
De acordo com Seguro, no Documento de Estratégica Orçamental entregue pelo Governo em Bruxelas, em abril do ano passado, previa-se para 2013 um crescimento de 0,6 por cento, mas seis meses depois já se falava "numa recessão de um por cento".
"Passados três meses, afinal, a recessão já era o dobro e, passadas duas semanas, a recessão passou para menos 2,3 por cento. Em menos de um ano, o Governo passou de uma promessa de crescimento de 0,6 por cento para uma quebra de menos 2,3 por cento da economia nacional, um erro equivalente a 4500 mil milhões de euros. Isto diz tudo do grau de preparação de e credibilidade do primeiro-ministro [Pedro Passos Coelho]. Os portugueses não têm razões para confiar neste Governo, este Governo não é de confiança", acrescentou.