(Opinião) Centro Hospitalar Tondela-Viseu

Na última reunião do Conselho de Ministros, de 15 de Dezembro, foi aprovado o Decreto-Lei que cria o Centro Hospitalar Tondela-Viseu, EPE.
Esta é, finalmente, a tradução de iure de uma parceria que já existia de facto e que se vinha aprofundando ao longo dos últimos anos em várias especialidades e em várias áreas clínicas dando-se até a coincidência de o Presidente do Conselho de Administração do Hospital Cândido de Figueiredo, de Tondela, Cílio Correia, ser, igualmente, director clínico do Hospital de São Teotónio, de Viseu.
Segundo o comunicado do Conselho de Ministros, materializa-se assim a colaboração e a cooperação já existente, em diversos programas, entre as respectivas unidades de saúde envolvidas, para se alargar a outros domínios, fazendo convergir a melhoria da prestação de cuidados de saúde, a universalidade do acesso e o aumento da eficiência dos serviços. Com estas alterações, reduz-se a estrutura orgânica, administrativa e funcional das unidades de saúde envolvidas e introduzem-se mecanismos para uma organização integrada e conjunta, que tornam mais eficiente a gestão hospitalar das unidades de saúde envolvidas.
Este Decreto-Lei estabelece ainda que a unidade agora criada sucederá às unidades de saúde que lhes deram origem em todos os direitos e obrigações, bem como define o regime jurídico que vai ser aplicável ao pessoal com relação jurídica de emprego público.
Este processo que estava em fermentação há alguns anos e que foi alvo, até, de troca de argumentos políticos entre o PS e o PSD, com este último partido a contestar, fortemente, a nível de Tondela, esta solução que, afinal, mais não visa mais do que afirmar-se como uma efectiva mais-valia para as populações da região.
Estou mesmo convencido que agora todos estarão muito mais receptivos a esta solução e que todos irão concordar e concertar esforços para que esta decisão do Conselho de Ministros, agora aprovada, seja o primeiro passo de uma concertação estratégica de aprofundamento das capacidades que as duas unidades integradas possam dar na vertente clínica e na prestação de cuidados de saúde.
AINDA O RELATÓRIO DA OCDE
Afinal têm que ser os órgãos de comunicação social estrangeiros a enfatizar os resultados portugueses do Relatório PISA recentemente divulgado pela OCDE e em que Portugal aparece, pela primeira vez, na média dos países integrantes nesta organização internacional no âmbito dos conhecimentos dos alunos portugueses a nível de leitura, matemática e ciências.
Foi precisamente o Jornal francês “Le Monde” que disse esta semana, num suplemento sobre educação, que houve correcção nas desigualdades sociais na escola portuguesa e que “Portugal não está certamente entre os melhores alunos da OCDE, mas o salto em frente que representam os resultados dos testes PISA mostra que está no caminho certo”.
Em Portugal às vezes ficamos na dúvida sobre aquilo que pretendem certos políticos e sindicalistas.
Até parece que o que era bom era mesmo continuarmos no fundo do ranking dos conhecimentos dos alunos a nível dos países da OCDE!
(Foto: sites dos respectivos hospitais)